Passado o período eleitoral, que rendeu um longo e cansativo
trabalho a este blogueiro, o BLOG DO VALINI volta a destacar o mundo
botonístico. E para (re)começar, nada melhor do que ir além fronteiras. Por isso,
viajamos até a França, mais precisamente a cidade de Rennes, onde se encontra
Rafael Santos (foto), o “filho ilustre” da Família Santos. Petha, como ficou conhecido
no meio do Futmesa paulista, iniciou a temporada 2012 como jogador da equipe
principal do Círculo Militar. Porém, uma proposta tentadora para iniciar um
trabalho na Europa, o tirou do Brasil. Passados alguns meses, o botonista fala
da evolução do Futmesa francês, a adaptação ao clima e cultura europeu e já
cogita uma possível volta ao país. Confira a entrevista:
BLOG: Como foi ter que abandonar o Círculo Militar logo no início da
temporada e ir para a França?
Rafa: Foi complicado, por alguns motivos. Em primeiro lugar,
deixar de ter o convívio de amigos de tanto tempo, mesmo que por um período
curto, é sempre complicado. Outro fator negativo foi o fato de bem no ano em
que a oportunidade no time principal do Círculo Militar surgiu, eu tive que
abortar a missão. Uma pena. Mas profissionalmente, era uma oportunidade única e
não podia ser desperdiçada.
BLOG: Em que nível está o Futmesa francês?
Rafa: Futmesa francês tem evoluído. Começo de trabalho, mas
um trabalho que vem sendo desenvolvido com seriedade, visando o próximo
mundial, logo ali, na Hungria (2015). A ideia é montar uma equipe com atletas
consagrados, acostumados com Copas do Mundo, como Zidade, Blanc, Deschamps e
mais um. O time base é esse.
BLOG: O idioma francês é muito complicado? Te atrapalhou?
Rafa: Me atrapalhou no início, mas aqui no interior não se
tem muita opção. É francês ou francês. Então vou me arriscando, falando um
francês malemolente, um “frantuguês”! Mas a linguagem do Futmesa é universal,
isso facilita muito as coisas.
BLOG: Pode-se dizer q a sua contratação para o Futmesa francês
foi nos mesmos patamares do Ibrahimovic pelo Paris Saint Germain?
Rafa: Com valores um pouco mais modestos, mas com impacto
muito parecido.
BLOG: E a adaptação a cultura francesa, como foi?
Rafa: É de certa forma complicado, até o momento ainda não
me adaptei por completo. A alimentação é excelente, o povo hospitaleiro, mas
ainda é complicado permanecer em ambientes fechados. Alguns laboratórios da
região tentam desenvolver uma bolinha que resista ao vento e ainda assim fique
leve, para a prática outdoor do futmesa.
BLOG: Existe alguma semelhança entre a cidade de Rennes e
Campinas?
Rafa: Algumas semelhanças, como a alegria de muitos
habitantes. E como parte de Campinas, a cidade conta com um grande clima
universitário, aquele clima jovial, com mais de 50.000 estudantes nas
universidades. A ideia é aproveitar essa característica pra desenvolver o Futmesa
a longo prazo.
BLOG: Quem é o melhor da Família Santos? Rafa ou Dudu?
Rafa: Dudu, sem dúvida, craque. Já apelidado de Pelezinho
por Thiago, não à toa. Atleta dedicado, decisivo, que faz grande falta ao poderoso
Círculo Militar em 2012, na briga por mais um título. Mas temos algumas
semelhanças, viemos da mesma "escola" de futebol de mesa, futebol
rápido, atrevido, partindo pra dentro da defesa adversária. Buscando o ataque a
todo momento. Mas ele está passos à frente.
BLOG: E por que escolheram você e não ele para desenvolver o
esporte na França?
Rafa: Dois motivos: eu sou mais jovem, tenho mais
disposição. Além disso, o LAOR estipulou uma multa muito alta pra tirar um dos
principais atletas, ao lado de Neymar e Gérson Magrão, do elenco do centenário.
BLOG: E como o senhor está vendo, mesmo que a distância, o
Futmesa paulista neste ano?
Rafa: Estou tentando acompanhar de perto o Círculo Militar,
que sentiu minha ausência no 1o turno, mas se recuperou e está muito forte em
busca da vaga na final, com o objetivo de alcançar o 11o título. Vi com bons
olhos também a vitória palmeirense no Brasileiro por Equipes, equipe não vive
um grande momento, mas mostrou força e papou mais uma vez. Surpresas agradáveis
na A-2, o caçula CDB (Clube do Botão) buscando o acesso, bem legal também. No
individual, destaco a liderança de Valbono no ranking, um monstro. Três
botonistas do Círculo Militar entre os seis primeiros, com especial destaque ao
nosso cabeça, BV (Bruno Varoli), grande ano! E por último o título do Vovô
(Cássio) no último aberto, sensacional!
BLOG: Quais os planos para 2013? Volta pra o Brasil ou
permanece na Europa?
Rafa: Olha, esta é uma boa pergunta. Havia um plano inicial
de ficar na Europa. Aí, o plano mudou, e a volta pro Brasil era dada como
certa, mas coisas aconteceram e tudo pode mudar a qualquer momento. No início
do ano, converso com meu “staff” na capital paulista e na capital do interior,
e decido meu futuro. Mas com o trabalho aqui já bem encaminhado, o destino deve
ser o Brasil.
BLOG: Apesar de ter ficado alguns meses na Europa, acredita
que na sua volta ao Brasil precisará passar por um período de adaptação?
Rafa: Sem dúvida, o Futebol de Mesa aqui não é do mesmo
nível, mas farei uma pré-temporada forte. E a equipe chega com energias
renovadas, prontas para desenvolver um bom nível de Futmesa.
BLOG: Especula-se que você retorna para conduzir uma grande
equipe paulista na próxima temporada. Procede? pode nos dizer de quem se trata
e qual será seu trabalho?
Rafa: Especulações já colocaram até o Ganso no Corinthians.
Coisas da imprensa marrom. Claro que podemos ter algumas surpresas durante a
janela de transferências, mas no momento meu pensamento está na região do
Ibirapuera, nos títulos do A e do B dos companheiros do Círculo Militar. Mas
seja no Círculo ou em outro lugar, meu compromisso é com o grupo, tanto na mesa
quanto nos bastidores, quando necessário. Mas blogueiros como Ivan Valini,
Bruno Varoli, Ricardo Perrone, especulam muito. O momento agora é de pensar nas
decisões.
BLOG: E falando em futebol, quem fica campeão brasileiro? E
o Palmeiras cai?
Rafa: Fluminense leva e o Porcão escapa, cai o Coxa. Ano que
vem serão sete paulistas na principal divisão do futebol brasileiro, anota aí!
BLOG: Gros câlin et à bientôt
Rafa: Hug! À bientôt,
au revoir!
Um comentário:
A única partida de futmesa realizada em solo francês foi entre esse que aqui escreve e o atleta vascaíno Marcelo Lages, quando da passagem deste último pela Europa para disputar um torneio de Subbuteo na Holanda.
Postar um comentário