segunda-feira, 27 de junho de 2011

Desabafo: A verdadeira “Jabulani”


Antes de começar esse texto, quero deixar claro que se trata de uma opinião ÚNICA e EXCLUSIVA minha. Tudo o que for escrito aqui, diz respeito APENAS ao que penso e não ao clube que represento.
Dito isso, quero aqui expressar minha indignação com relação ao principal “produto” do Futebol de Mesa: a BOLA! É inadmissível continuarmos jogando com verdadeiros ‘ovos’, bolas tortas sem a mínima condição de uso.
Uma vez que usamos o Futebol de Mesa como uma adaptação ao futebol, claro, guardadas as devidas proporções, cabe aqui, alguns comparativos: No futebol, existem diferenças entre estádios, uns com grama alta, outros baixas, outros desnivelados, enfim, cada clube tem seu próprio estádio e cabe ao adversário adaptar-se a cada situação, mas, jamais, em hipótese alguma, vemos um campeonato ser disputado com ‘bolas ovais’. Exemplo típico ocorreu na Copa do Mundo da África, onde muitos atletas criticaram a tal ‘Jabulani’. As principais reclamações eram com relação ao peso da bola e as curvas que a mesma fazia no ar após um chute. Ou seja, apesar de tudo era REDONDA, o FORMATO era o mesmo.
Isso deveria ocorrer no Futebol de Mesa. Considero absolutamente normal, nós botonistas, termos que nos adaptar com a mesa que cada clube usa. No Bloco do “R”, por exemplo, as mesas são antigas e diferentes da maioria dos outros clubes, que já possuem as novas mesas, cujo diferencial é que deslizam bem mais. Em alguns locais, existem pequenos desníveis, o que também é perfeitamente compreensível em virtude do piso de cada salão de jogo. Mas, a BOLA, que deveria ser redonda, não é! Resumo: o Futebol de Mesa sim, utiliza “Jabulanis”...
Classifico como inadmissível o que ocorreu em Poços de Caldas no Campeonato Brasileiro Individual. A principal competição do nosso esporte ser disputada com bolas de péssima qualidade. E se alguém duvida, estou com a minha ‘Jabulani’ guardada para comprovar.
Quem assistiu a partida final da categoria Adulto, entre Robertinho(PR) e Sérgio Nenê(SP), viu o que a bolinha fez com o botonista paulista. Não quero aqui desmerecer o título de Robertinho, que na minha opinião é um jogador totalmente diferenciado e que fez por merecer o tricampeonato, porém, em dois momentos da partida, Sérgio Nenê foi totalmente prejudicado pela bolinha, que “do nada” fez curvas mirabolantes na mesa e complicou o paulista.
E tirando esses lances da final, fico a pensar, quantos botonistas não foram prejudicados nesse campeonato. Quantos botonistas não perderam jogos ou foram eliminados, pelo simples fato de não conseguirem jogar com a tal ‘bola’...
E aí cabe algumas perguntas. Será que vale a pena gastar R$ 70 de inscrição, mais hospedagem de hotel, mais viagem, para passar raiva e desgosto nas mesas? Eu, por exemplo, gastei mais de R$ 300 nesse Brasileiro, deixei minha família e precisei negociar um dia no meu trabalho e confesso que a relação CUSTO-BENEFÍCIO não valeu a pena.
Aliás, nos 25 jogos que fiz nesse Brasileiro, em pelo menos 20, a ‘bola’ foi o principal personagem. E as reclamações não eram apenas minhas.
Gostaria também de tentar entender algumas coisas. Creio eu que se no futebol, o árbitro entrar em campo com uma bola de futebol americano, nenhum dos dois times irá aceitar jogar, então, por que no Futebol de Mesa, quando nos entregam essas ‘bolas’, somos OBRIGADOS a aceitá-la? Melhor ainda, por que o clube, a federação, aceita essas bolas e não as devolve ao fabricante exigindo que as mesmas estejam em CONDIÇÕES DE USO? E que fique bem claro, essas 'bolas' são pagas!
Se eu mandar fazer um time de botão e o mesmo vier com defeito, tenho certeza que entrando em contato com o fabricante, o mesmo irá trocar o produto. Por que isso não se aplica nas ‘bolinhas’?
Até quando vamos conviver com isso? De que adianta termos times lindos, mesas perfeitas, limpas, deslizando bem, se o principal produto é uma porcaria? Se no principal campeonato do Futebol de Mesa não se tem segurança de fazer uma jogada, porque ninguém sabe o rumo que a ‘bola’ irá tomar?
E não adianta justificar, alegando que temos apenas um fabricante no país, até porque se for assim, quando essa pessoa morrer, significa que o esporte acaba, pois ninguém mais fará bolas...
E para finalizar, também não aceito como justificativa o fato de alguém me dizer que eu apresente a solução, pois pago minhas taxas e filiações exatamente para que meu clube ou a federação que eu pertenço possa ir atrás e me proporcionar condições dignas de jogo.
Infelizmente não sou craque, pelo contrário, também não sou um exímio chutador do meio de campo, pratico Futebol de Mesa há mais de 20 anos e quem me conhece sabe que meu jogo se baseia no toque de bola, armar jogadas e chutar o mais próximo possível do gol, tudo isso foi praticamente IMPOSSÍVEL em Poços de Caldas. A minha indignação não é de hoje, mas chega uma hora que cansa, e confesso: a minha PACIÊNCIA acabou.

VALINI – Portador do registro 863 e filiado a Federação Paulista de Futebol de Mesa desde 1991.

11 comentários:

rafael disse...

Concordo em gênero, número e grau!!! Outra coisa revoltante é como ainda temos inúmeros "ratos" jogando futebol de mesa! Vão desde aqueles que levam mais de 20 segundos para dar um chute até aqueles que, enquanto vc está anotando o gol, dá a saída, fura a bola e tem coragem de continuar jogando como se nada tivesse acontecido. Claro que esses são minoria.
Queria aqui também fazer justiça aos honestos jogadores, como o Dudu Costa do RJ, cara fora de série fora e principalmente dentro da mesa, parabéns ao seu cárater Dudu. TC, Michilin, Cleber (SC)...esses tb são exemplos de dignidade jogando futmesa.

Abraço a todos.

Rafa Mello.

joão pedro disse...

O local do evento sensacional.
As mesas novas. Mas pena que a grande maioria das bolinhas, ao contrario do Brasileiro de 2010, estavam horriveis e algumas mesas muito desniveladas. Também fui testemunha das vezes q a bolinha prejudicou o amigo S. Nene.
Também achei a premiação inferior a do Brasileiro 2010.

Do resto não tenho o que reclamar, pois a organização foi 100% e não tive problema com nenhum jogador. Muito pelo contrario, fiz muitas amizades.

E Valini, não sou Eu ou qualquer outro representante de Clube que deve brigar pelas bolinhas de melhor qualidade, mas sim todos nós botonistas.

abç,

João Pedro

Mesadejogo.com disse...

Concordo com todos inclusive a minha bolinha me recusei a levar pra casa pra mim não serve nem para treino. Um a pena minha bola ter prejudicado meu jogo, do Valini, do Valdívia, do Rafa Mello e de tantos outros que eu joguei.

Abs

Barthez CREF

José Carlos disse...

Não posso falar especificamente das bolinhas usadas neste Campeonato Brasileiro pois não estive lá. Entretanto, ao que parece, o problema é antigo e agrava-se a cada ano. Uma dúvida que sempre tive foi se as bolas recebidas pelas federações são aferidas no que diz respeito ao seu peso mínimo. Em solidariedade ao Sr. Valini, transcrevo aqui parte da regra da modalidade no que se refere ao ítem BOLA DE JOGO:

Art. 13. Chama-se BOLA DE JOGO à esfera de feltro cujo domínio ou posse é disputado na mesa de jogo, pelos botonistas participantes, com a finalidade de fazê-la adentrar a meta adversária.

§ 1º. A bola é esférica, com diâmetro de 10 mm e seu peso varia entre 0,1 e 0,2 gramas. Há uma tolerância de 0,2 mm para menos ou mais no diâmetro da bola.

José Carlos disse...

Rafael. O Dudu Costa é gente da melhor qualidade. Outra pessoa contra quem também se pode jogar de olhas fechados é o Evandro Gomes, companheiro de clube (Ginástico Desportivo) do Dudu Costa.

Silvio C.Fonseca disse...

Concordo com você Valini, essa atuais "bolinhas" são horriveis e o pior que elas pioram cada vez mais, essa é uma das razões que estão me levando para jogar só"pastilha" em Ubatuba-SP..Silvio Fonseca-www.apalhetanews.blogspot.com (Tomei a liberdade de postar essa materia no meu blog também..Abraços

blog do valini disse...

Nosso esporte não tem mesmo padrão.Acredito que as bolas foram confeccionadas pelo Lorival e sem dúvida é o melhor.Acontece que é muito acertar as bolas 100 por cento,sendo feitas a mão.Umas,com certeza são perfeitas,mas,muito dificil manter esse padrão em 200,300 bolinhas.Sendo que ainda tem o peso,tem ano que estao mais leves em outros mais pesadas,que ficam na dependencia da malha de lã de feltro,na sua fabricação.
Como quase todos tambem ja fui prejudicado em lances cruciais em uma partida.
Se pode ter uma solução, ha anos venho dizendo que a bola precisa sair de uma forma.Já houve experiencias nesse sentido,me lembro que o material vinha das rodinhas dos carrinhos de autorama.Forma feitas em varias formulas,nenhuma delas chegou ao ideal,me lembro que quase chegou,mas,era leve.Não era o caso na epoca de se continuar experimentando ate chegar na formula certa?mas,como sempre esses projetos "brecam"no conservadorismo de muitos praticantes.

blog do valini disse...

desculpem pelo erro de nome.Aqui é o Gepp,que escreveu sobre as bolinhas

PAROSKI disse...

Barthez CREF - Você tomou 5 de mim e ficou bom pra vc viu....soh nao deve por a culpa na bolinha seu grosso.....Pessoal de ITU tive o prazer de conhecer....pessoas finissimas...a bolinha nao estava boa msm...mas é o que tem pra hoje..

Grande abraço

Paroski
FÊNIX FUTMESA - LONDRINA - PR

NOROESTE/BAURU - DEPTO. DE FUTEBOL DE MESA disse...

Realmente esta bolinha vermelha usada no BRASILEIRAO 2011 , e mto ruim e torta , estamos usando elas no nosso regional de 2011 e sao pessimas . agora deixo uma pergunta no ar . pq trocar de bolinhas tds os anos ?? se fosse para melhorar td bem , mas nao e o q tem acontecido .

um abraço .


Ewerton Ronald Armani
E.C. NOROESTE - FUTEBOL DE MESA
Bauru - SP - Brasil
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Fone Fax (14) 3313.9850
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nicolazzi disse...

acredito estarmos frente a essas situações de bolas nem sempre boas constantemente.Acontece que, como dizia Dadá maravilha,gol não precisa ser bonito.Desenvolver um toque de bola e jogada trabalhada é futebol arte que em todas as jogadas almejamos.Nem todos têm a paciência de aceitar perder alguns lances e talvez chutar mais de trás(ahh.. isto não é futebol de mesa, ficar chutando de longe,realmente alguns não conseguem por nunca terem tentado aprimorar tal fundamento e fazer verdadeiros golaços de longe e com as bolas atravessadas) para jogar quando as bolas estão tortas.Almejamos a perfeição, mas que se use mais a criatividade. Bolas tortas são para os dois