segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Vinícius Ramalho abre o jogo: “Eu sou o botonista mais feliz do mundo!”

Denis e Vinícius: título em família e para a família!
O inédito título de Campeão Paulista de Futebol de Mesa, conquistado pelo Meninos neste final de semana, coroou o trabalho de um botonista em especial: Vinícius Ramalho! O “homem forte” de Rudge Ramos foi o principal responsável pela formação desse time vencedor e, sem dúvidas, o que mais vibrou e se emocionou com o feito alcançado.
            Na noite deste domingo (30), o BLOG DO VALINI conseguiu conversar com Vinícius sobre tudo o que envolveu essa conquista. Ainda na redação do jornal “Diário do Grande ABC”, o botonista e mananger, por mais de uma hora falou sobre os bastidores desta final e detalhou a importância e o peso desse título pra o clube.

BLOG: O que a conquista de hoje representa para você?
Vinícius Ramalho: Representa a realização de um sonho. Na vida, a gente tem alguns objetivos e, desde o dia que meu pai faleceu, eu tinha um sonho, de levar essa loucura dele chamada Futmesa adiante. Ele não se conformava com o fim do Volkswagen Clube, que São Bernardo não tivesse uma equipe. Fui atrás disso e, com muita gente dando seu empurrãozinho, consegui não só criar um departamento que hoje é consolidado e, com esse título, o melhor de São Paulo. Hoje eu sou o botonista mais feliz do mundo!

BLOG: O fato desse tão sonhado título ter vindo exatamente em São Bernardo, na sala que leva o nome do teu pai (Marcio Ramalho), valoriza ainda mais essa conquista?
Vinícius Ramalho: Sem dúvida! Se eu pudesse escrever um roteiro para essa conquista, ele não seria tão perfeito. Ganhar do atual campeão brasileiro e ainda dentro daquela sala que chegamos pouco menos de 13 anos atrás e era um mezanino, com restos dos bailes de Carnaval do clube e transformamos em uma das melhores salas para a prática do esporte, com o nome do meu pai... Foi perfeito!

BLOG: O que fez a diferença a favor do Meninos neste Paulistão?
Vinícius Ramalho: A experiência que adquirimos com o passar dos tempos. Primeiro que jogando contra os grandes, aprendendo a ganhar deles, começamos a nos acostumar com os grandes jogos. Segundo que os jogadores que hoje fazem parte do nosso elenco, já estão acostumados a jogar contra grandes nomes e isso fez a conquista amadurecer. Eu sempre disse que subiríamos degrau por degrau e hoje subimos mais um, o mais importante deles.

BLOG: Toda conquista também tem seus percalços. Quando o time perdeu a primeira semifinal para o Maria Zélia, o Lê disse que vocês estavam sem foco. Isso realmente aconteceu? O time achou que passaria fácil para a final?
Vinícius Ramalho: Não acho que foi falta de foco, mas no jogo contra o Palmeiras, que fechou a primeira fase, e contra o Maria Zélia, na primeira partida da semifinal, realmente o time não estava com a pegada que nos credenciou à classificação. Nunca achamos que passaríamos fácil por ninguém, até porque, para o Meninos tudo sempre foi muito difícil. A gente sempre entrou sabendo que encararíamos “dinossauros” doFutmesa como Palmeiras, Corinthians, Círculo Militar e Maria Zélia, não tinha como ser fácil contra esses clube tão vencedores e tradicionais.

BLOG: No último Brasileiro por Equipes, vocês vinham em uma campanha espetacular, foram os primeiros a se classificar para as semifinais, mas o time acabou perdendo, não só a primeira colocação do grupo na última rodada, como também caiu nas semifinais justamente para o Corinthians. O que aconteceu com a equipe? Houve desentendimento entre botonistas?
Vinícius Ramalho: É engraçada essa história de desentendimento entre jogadores. Perdemos porque nosso rendimento caiu nos últimos dois jogos da nossa campanha e porque do outro lado tinham dois grandes adversários. Não sei de onde surgiu esse boato de briga, discussão, ou qualquer outra coisa. Aliás, até sei, mas isso nçao vem ao caso agora. O desentendimento foi tão grande que depois de perdermos para a Friburguense, fomos para a cada do Denis (Constantino) e ficamos em um churrasco até quase duas da manhã.

BLOG: E como foi essa semana que antecedeu a final? Afinal, vocês iriam enfrentar novamente quem acabava de eliminá-los do Brasileiro por Equipes.
Vinícius Ramalho: Foi de muita conversa entre os jogadores. A gente precisava ter na cabeça que um jogo de seis jogadores era diferente de um jogo com quatro e, que um campeonato de um ano inteiro era diferente de um disputado em um final de semana. Apesar da derrota na semifinal do Brasileiro, a confiança era muito grande. No sábado (29), todos do time foram treinar e conversaram muito sobre o que iríamos enfrentar. Mas nunca perdemos a confiança, mesmo após a eliminação no Brasileiro.

BLOG: Na final deste domingo, a equipe do Meninos só conseguiu passar a frente no placar na penúltima rodada. Em algum momento, você temeu pelo pior?
Vinícius Ramalho: É claro que ficando atrás no placar, fica aquela sensação de será que não vai dar de novo? Mas a gente falava internamente que nossas melhores rodadas eram sempre a quinta. E foi na quinta que a gente praticamente venceu o jogo com um 08 a 04.

BLOG: No meio esportivo a conversa é que sempre é mais difícil se manter no topo do que chegar nele. Hoje o Meninos está no topo. E agora? O que você projeta?
Vinícius Ramalho: Projeto ainda mais. Esse jargão de que se manter no topo é o mais difícil faz sentido, mas no nosso caso, acho que é um time com muita qualidade e que precisava tirar esse “peso” das costas. Agora acho que a tendência é se estabelecer ainda mais entre os grandes.

BLOG: O Meninos perde alguém desse time para 2015 ou mantém a equipe e ainda trará reforços para a próxima temporada?
Vinícius Ramalho: Não estávamos trabalhando com isso até hoje. O foco era o título. Pelas conversas que tenho com os jogadores do nosso elenco, não vamos perder ninguém e já temos um grande reforço fechado, mas que será anunciado no momento oportuno.

BLOG: Para quem você dedica esse título?
Vinícius Ramalho: Difícil de dedicar só para uma pessoa e não quero ser injusto com alguém. Mas, primeiro para meu pai, que um dia me ensinou a jogar Futebol de Mesa e me mostrou que isso não era brincadeira de criança. Depois à todos os botonistas que um dia vestiram a camisa do Meninos, desde os novatos, até os grandes campeões. Ao presidente do clube, o folclórico Simpson e ao Roberto, que é um fez tudo no Meninos e sempre acreditou no nosso departamento pelo apoio nos bastidores. Ao Denis (Constantino) pela luta diária nesses quase treze anos. Ao Faccio, capitão do time, que foi o cara que mais brigou por tudo isso e que merecia mais do que ninguém esse título. Ao Lê, nosso craque, que ano passado sofreu muito com a derrota na final e esse ano jogou muito, coroando sua campanha com 12 pontos na final. Ao Edu Santos, sempre frio e que com seu jeito se encaixou como uma luva no nosso grupo, sendo valorizado com o craque que é. Ao Cássio, aquele que eu lia as “Dicas do Cássio” no site e que veio para nossa equipe para nos ensinar tanto. Ao Vanno, que foi morar no interior durante um período, esteve desgostoso com o Futmesa, mas voltou focado esse ano e foi importante demais. Ao Sérgio Ricardo, nosso baladeiro que entendeu sua importância no final da temporada e foi muito importante nos jogos decisivos com a sua experiência. Ao Giorgio, craque das mesas e depois de idas e vindas entendeu que seu lugar era o Meninos, perseverou até chegar nesse título. Aos botonistas do B, do C, enfim, a todos que um dia acreditaram nesse sonho e torceram por nós. Esse 30 de novembro de 2014 jamais será esquecido por mim.

Um comentário:

Robson disse...

Excelente entrevista! Parabéns ao Meninos Futebol "de mesa" Clube.