|
Farah foi presidente da FPFM entre os anos de 2007 e 2014 |
O conturbado momento que passa o Futebol de Mesa paulista
terá mais um capítulo neste final de semana. Na manhã deste sábado (19), será
realizada nas dependências do clube Cisplatina, na Capital, uma Assembleia Geral Extraordinária para definir os rumos do esporte em São Paulo. O objetivo é
definir um gestor que irá tomar frente da entidade, após a renúncia do
presidente Ernandes Roberto Felício Junior. O nome mais cotado para (re)assumir
a Federação Paulista de Futebol de Mesa é de um velho conhecido: José Jorge
Farah Neto. O BLOG DO VALINI conversou com o ex-presidente, que fez uma análise
do momento vivido pelo esporte.
BV) De que forma o
senhor recebeu a renúncia do presidente?
Farah: Com alguma surpresa pelo momento do ato, pois
acabavam de fazer uma assembleia para decidir os destinos da Federação Paulista
em 2017. A posição poderia ter sido tomada ao final do ano, não sei qual seria
o correto, mas infelizmente não é bom que isto aconteça em um esporte já tão
fragilizado. A gestão já vinha tendo de alguns clubes devido a divergências.
Enfim, uma pena o fato todo em si.
BV) O senhor foi quem
colocou o presidente que renunciou no cargo. Se arrepende?
Farah: Aí há um equívoco, eu não coloquei ninguém na
presidência. Não tenho poder de voto. Quem o elegeu foram os clubes, eu apenas
indiquei, posto que foi a única pessoa que prontificou-se a disputar as
eleições. Ninguém, até então, havia pronunciado para ser o gestor da entidade,
posto que meu mandato terminaria ao final de 2014. O Dentinho quis ser o
presidente, eu apenas informei, e ele obteve a indicação de três clubes como
manda o estatuto da entidade.
BV) A volta do senhor
é um clamor geral entre os botonistas. Isso significa que o senhor irá aceitar
ser o presidente da FPFM?
Farah: Eu amo o Futebol de Mesa, muito! Voltar é uma
questão de conversar com os clubes após a reunião do dia 19 (sábado), na sede
do Cisplatina. Os clubes sempre foram ouvidos em minha gestão, sempre procurei
dentro da lógica atender as vontades e orientações dos botonistas, fiz muita coisa,
tentei vários caminhos para que a gestão fosse dentro de um padrão em que o
esporte crescesse, errei muito também. Ao deixar a entidade, deixei uma
excelente verba (para a FPFM um valor nunca antes arrecadado), isto pata que a
gestão seguinte pudesse dar continuidade aos bons passos e alterasse o que
fosse necessário. Infelizmente, vimos e constatamos que o caminho tomado não
foi o ideal, mas não posso julgar nem analisar, pois estou a dois anos afastado
e preciso tomar conhecimento de como está tudo.
BV) Qual a finalidade
da assembleia geral que será realizada neste sábado?
Farah: Eleger um grupo colegiado ou um representante
para terminar a gestão em 2016 e cumprir as exigências de uma nova eleição para
que no dia 14 de janeiro de 2017, na assembleia anual, se eleja o novo
presidente da entidade, com mandato de quatro anos.
BV) Como o senhor
espera encontrar a FPFM?
Farah: É preciso fazer um levantamento de como está a
situação real da entidade. Eu sempre divulguei mensalmente tudo que se gastava
e arrecadava com a entidade, coisa que me parece não aconteceu mais. Não tenho
ideia de como está, de fato, o caixa da entidade.
BV) O que o senhor
pretende fazer para recuperar o caixa da entidade?
Farah: Tem muito que se pode fazer para que a
entidade tenha vida própria e ajude os clubes a fazer a gestão. Tem que ver o
que foi programado, segundo o Dentinho mesmo afirmou em e-mails enviados por
ele, e daí para frente fazer a programação de modo que tudo caminhe como sempre
caminhou em minha gestão, de forma reta e sempre em frente, e o esporte cresça
de fato. O Futebol de Mesa não permite sonhos “faraônicos”, desculpe a
redundância, ele tem que caminhar de acordo com o que sua condição permite,
devagar e sempre.
BV) Quem será a
equipe que irá trabalhar com o senhor? Como e por quem será composta a
diretoria? Pretende usar alguém do grupo que renunciou?
Farah: Nem pensei nisto. Para pensar, é necessário
saber o que será determinado no dia 19, ver quem está disposto a de fato
trabalhar, pois jogar pedra é muito fácil, fui vidraça de 2007 a 2014, saí e
nunca joguei uma pedra. Acho que a postura deve ser essa, se não pode ajudar,
não atrapalhe. Creio que para fazer uma boa gestão, primeiramente, uma boa
equipe se faz necessário. Eu, caso fosse presidente, tenho todos os nomes na
minha cabeça que poderia contar, com certeza.
BV) Haverá alguma
mudança em relação aos torneios e premiações dos campeonatos que serão
finalizados neste ano?
Farah: Novamente lhe digo: temos que ver como está
tudo, fazer um balanço do que agradou aos botonistas e aos clubes, e assim, em
cima disto, fazer o planejamento do trabalho a ser feito.
BV) Como o senhor vê
o Futmesa hoje? Ele evoluiu depois que o senhor deixou a presidência da FPFM?
Farah: Em minha opinião, baseado no pouco que vi e
pude vivenciar, alguma coisa melhorou, outras coisas que haviam sido feitas
antes não foram levadas em consideração, creio que a vontade de acertar era
grande, mas não se pensou muito antes de alterar o que vinha dando muito certo.
Em resumo, melhorar sempre melhora um pouco, mas preciso me inteirar de tudo
que fizeram, pois estou afastado a dois anos e jamais interferi nesta gestão,
não tenho ideia da situação da FPFM atualmente.
BV) Foi acertada a
decisão de mudar a regra do tiro de meta no chute a gol?
Farah: Em minha opinião, inclusive já exposta em rede
social, NÃO! Tentaram colocar esta regra a muito tempo atrás e por diversas
vezes sempre fui contra. Talvez por isso não tenha sido alterada anteriormente.
Essa alteração deixou o jogo feio e não muda muito o resultado final. Enfim, já
mudaram, erroneamente em minha opinião, e para voltar temos que fazer um
processo correto, diferente do que foi feito, pois não se altera regras da
noite para o dia. Me desculpe, mas a caneta não pode ser usada desta forma,
tipo é assim e pronto. Quando alteramos o modelo da bola, muitos estudos foram
feitos, fizemos testes em torneios antes de colocar a nova bola, que já não é
mais tão nova, lembrando que quando alteramos deixamos aberta a porta para que
a bola de feltro, se for do interesse da CBFM, possa voltar a qualquer momento,
assim como outros materiais que possam vir a aparecer. Há muito o que se fazer,
eu já dizia isso quando deixei a presidência, mas vamos aguardar sábado para
saber o que será feito. Os clubes unidos são imbatíveis e o gestor indicado tem
que ter tranquilidade e capacidade de ter pulso firme para tomar decisões
difíceis. Prevejo um ano complicado para 2017, mas com grandes possibilidades
de melhora.
BV) Para finalizar, o
senhor aceita ser esse gestor?
Farah: Se os clubes precisarem e não houver ninguém
disposto a assumir, aí não vai ter jeito. Mas vamos abrir para inscrição de
chapas, quem sabe...