segunda-feira, 11 de março de 2013

Botonistas aprovam mudanças nos Opens da Federação Paulista



Nos dias 02 e 03 de março foi realizado o 1º Open do ano, torneio individual promovido pela Federação Paulista de Futebol de Mesa. A competição foi disputada em três sedes distintas. A cidade de São Bernardo do Campo recebeu a Primeira, Segunda e Terceira Divisão do Adulto, além da categoria Máster. Já os municípios de Bauru e Americana realizaram o Open do Interior. Somados todos os torneios, cerca de 180 botonistas do Estado de São Paulo se dividiram entre as sedes, um marco no Futmesa paulista. Porém, o que chamou a atenção foram as mudanças estabelecidas para este ano.
            A primeira delas diz respeito a oportunidade que o botonista, principalmente quem reside no interior, tem de escolher o local em que irá disputar, podendo optar por um torneio mais próximo de sua cidade. Outra mudança foi o acesso e rebaixamento nas três divisões da categoria Adulto e por último, a não premiação de botonistas que deixam o local do torneio, antes do término do campeonato.
            Sobre esses assuntos, o BLOG DO VALINI conversou com o presidente da FPFM, Jorge Farah, que explicou os motivos que levaram a Federação Paulista e tomar essas medidas. O presidente começou dizendo que não entregar medalhas para aqueles que vão embora antes do encerramento da competição começou em 2010 e que hoje a FPFM ainda faz este tipo de premiação (até o 8º de cada categoria) por um pedido dos próprios botonistas. “A atitude de não entregar a premiação aos que se retiram do local de competições, na verdade, já havia sido tomada por esta diretoria desde 2010, quando percebemos que alguns atletas estavam ausentando-se antes da premiação, o que é lamentável, posto que quando você se dispõe a participar de um campeonato, tem que se programar, independente de qual fase atingiu. A partir do momento que existe uma premiação, que estamos fazendo por uma solicitação dos próprios atletas (que se premie ate o 8º colocado), o mesmo tem que ficar para receber”.
            Farah disse também que a situação pode ser revista e cogita, inclusive, premiar apenas os três primeiros colocados. “Caso nós, com o tempo, venhamos a perceber que não existe interesse, alteraremos a premiação, fazendo como qualquer esporte normal, que premia apenas os 3 primeiros colocados, assim ninguém ficará ‘obrigado’ a permanecer até o final do evento”.
Outro desabafo feito pelo presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa diz respeito aos custos que o esporte proporciona, que segundo ele, são altíssimos. “O Futebol de Mesa premia demais, se não veja, em cada divisão se premia os 8 primeiros colocados, caso tenhamos 4 divisões de Adultos você entregará 32 premiações, mais as do interior em número de duas sedes com mais 16 prêmios e ainda o Máster com mais 8 prêmios. Portanto, são 56 troféus e medalhas, para um esporte amador e pobre, um custo altíssimo, mais aluguel de local, bolas, traves, mesas, mão de obra, etc., veja o custo disto e ainda ouvimos e temos que ler comentários que é um troféu a mais, ou mais uma disputa, é apenas um pequeno custo a mais para a Federação. Dar mais uma premiação ou fazer um torneio repescagem, demanda tempo, mão de obra, trabalho de pessoas, a maioria das vezes não remunerada, enfim ideias ‘faraônicas’ que não são do presidente (me perdoe a brincadeira). Quero deixar claro que tudo que se faz hoje no nosso Futebol de Mesa é baseado em ideias dos próprios botonistas, lógico que as ideias são importantes, mas, tem que se racionalizar, pensar em que aquilo irá interferir, e de que forma”.
            No Open do último final de semana, os botonistas Garcia (8º da Primeira Divisão), Paolo (5º da Segunda Divisão), Hylson (6º da Segunda Divisão) e Limão (8º da Segunda Divisão) acabaram ficando sem a premiação, uma vez que deixaram o local, antes do término do torneio. Em contato com o botonista Hylson (um dos punidos), o mesmo afirmou que a atitude tomada pela FPFM está correta. “Acho justíssimo! (não receber a medalha). Só fui embora porque o estava de carona com o Paolo e ele insistiu. Acho uma falta de respeito o cara ficar até as quartas e quando eliminado sair antes da premiação”.

ACESSO E REBAIXAMENTO
            Outro ponto muito comentado pelos botonistas, em sua grande maioria de forma positiva, foi a questão das divisões e os acessos e rebaixamentos. Para o presidente Farah, a mudança facilitou a interpretação de leigos. “Pelo que pude perceber a separação em divisões foi do agrado da maioria dos botonistas, e para que os leigos entendam como funciona o esporte, ficou muito mais fácil, pois agora você tem campeões de divisões e não de Ouro, Prata, etc., o que era muito complicado para explicar agora ficou fácil e claro”.
            O presidente da Federação Paulista também deixou claro que a mudança deixou a competição mais atraente e competitiva. “A tendência dos Opens é ter acesso e descenso independente de ranking, acho que este é um caminho sem volta, torna o evento muito mais competitivo e atraente. Ainda não definimos detalhes, pois é muito cedo ainda, mas a tendência é que caiam vários e suba o mesmo número que cair. Vamos ver todos os detalhes ainda, é muito cedo para definições, tudo está em estudos, mas não deve fugir desta nova tendência.
            No primeiro Open do ano, os botonistas que sofreram com o rebaixamento foram: Dile (Maria Zélia), Alex Bahr (Corinthians) e Schalke (Meninos) na Primeira Divisão; Dani (Corinthians), Miguel (Fundação) e Sérgio Nenê (Maria Zélia) na Segunda Divisão.
            O atual campeão paulista Individual Alex Bahr, mesmo caindo de divisão aprovou a novidade. “Eu sou a favor disso sim, mesmo eu tendo sido a vítima. Sou a favor também do número menor de participantes por séries, considero ideal cada divisão ter 24 atletas”.
            Entre os que conquistaram o acesso, estão: Arthurzinho (Fundação), Melli (Palmeiras) e Chico Rojo (Cisplatina) da Segunda para a Primeira Divisão; Perrotti (Círculo Militar), Fúlvio (nacional) e Dedê Sírio (Jacareí) da Terceira para a Segunda Divisão.
            Procurado pelo BLOG DO VALINI, o campeão da Terceira Divisão, Paulo Perrotti, vê a mudança como interessante e estimulante. “Na minha opinião, a mudança de séries para divisões é algo bem interessante, pois visa premiar aqueles que tem boa performance nas divisões de base, além de estimular aqueles que estão nas últimas posições a não relaxarem ou abandonarem o torneio pois, caso contrário, serão punidos com o descenso.
            Perrotti também sugere que a FPFM estimule os clubes a promover torneios internos e cita o Tênis como referência. “Paralelamente, creio que a Federação deveria estimular torneios especiais, de menor porte, na sede dos clubes, como a ATP realiza com os tenistas. Este é um grande sonho que tenho como jogador e dirigente no esporte: poder descentralizar a realização dos torneios. Espero que, para o ano que vem, possamos fazer uma revolução neste sentido. Estou à disposição para ajudar”

SÉRIES DO INTERIOR
Também elogiada pelos botonistas foram os Opens do Interior. Tanto na cidade de Bauru, como em Americana, o torneio contou com a aprovação dos atletas. Para o presidente Farah, trata-se de uma medida que atingiu o objetivo. “As séries do Interior foram um sucesso, para uma primeira experiência, afinal de contas quase 60 atletas jogando, muito bom, facilitando o deslocamento de todos. Esta é uma tendência que deverá ser seguida, embora neste segundo Open tenhamos apenas uma sede no interior, por decisão conjunta do presidente e do diretor técnico. No terceiro Open voltaremos com as duas sedes, tudo vem a ser um grande teste para as mudanças”.

ESCLARECIMENTO:
            Ainda a respeito sobre a questão do acesso e também do rebaixamento, o BLOG DO VALINI foi buscar informações a respeito de como irá funcionar esta fórmula nos próximos torneios. Resumidamente, a informação obtida junto a representantes da Federação Paulista, o rebaixamento seria uma “punição’ ao botonista. Como exemplo citamos a questão do atual campeão paulista da modalidade, Alex Bahr. O botonista foi rebaixado para a Segunda Divisão. No próximo Open, se ficar entre os três últimos jogará a Terceira Divisão e se ficar entre os três primeiros, sobre para a Primeira divisão novamente. Porém, se ele não cair, nem subir, no próximo Open (o terceiro da temporada) ele volta a se classificar pelo ranking. A explicação é que se trata de um torneio baseado no ranking e que o rebaixamento ou aceso seria como um “bônus” ou uma “punição”.

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