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Denis e Vinícius: título em família e para a família! |
O
inédito título de Campeão Paulista de Futebol de Mesa, conquistado pelo Meninos
neste final de semana, coroou o trabalho de um botonista em especial: Vinícius
Ramalho! O “homem forte” de Rudge Ramos foi o principal responsável pela formação
desse time vencedor e, sem dúvidas, o que mais vibrou e se emocionou com o
feito alcançado.
Na noite deste domingo (30), o BLOG
DO VALINI conseguiu conversar com Vinícius sobre tudo o que envolveu essa
conquista. Ainda na redação do jornal “Diário do Grande ABC”, o botonista e
mananger, por mais de uma hora falou sobre os bastidores desta final e detalhou
a importância e o peso desse título pra o clube.
BLOG: O que a
conquista de hoje representa para você?
Vinícius Ramalho: Representa a
realização de um sonho. Na vida, a gente tem alguns objetivos e, desde o dia
que meu pai faleceu, eu tinha um sonho, de levar essa loucura dele chamada
Futmesa adiante. Ele não se conformava com o fim do Volkswagen Clube, que São
Bernardo não tivesse uma equipe. Fui atrás disso e, com muita gente dando seu
empurrãozinho, consegui não só criar um departamento que hoje é consolidado e,
com esse título, o melhor de São Paulo. Hoje eu sou o botonista mais feliz do
mundo!
BLOG: O fato
desse tão sonhado título ter vindo exatamente em São Bernardo, na sala que leva
o nome do teu pai (Marcio Ramalho), valoriza ainda mais essa conquista?
Vinícius Ramalho: Sem dúvida! Se
eu pudesse escrever um roteiro para essa conquista, ele não seria tão perfeito.
Ganhar do atual campeão brasileiro e ainda dentro daquela sala que chegamos
pouco menos de 13 anos atrás e era um mezanino, com restos dos bailes de
Carnaval do clube e transformamos em uma das melhores salas para a prática do
esporte, com o nome do meu pai... Foi perfeito!
BLOG: O que fez
a diferença a favor do Meninos neste Paulistão?
Vinícius Ramalho: A experiência
que adquirimos com o passar dos tempos. Primeiro que jogando contra os grandes,
aprendendo a ganhar deles, começamos a nos acostumar com os grandes jogos.
Segundo que os jogadores que hoje fazem parte do nosso elenco, já estão
acostumados a jogar contra grandes nomes e isso fez a conquista amadurecer. Eu
sempre disse que subiríamos degrau por degrau e hoje subimos mais um, o mais
importante deles.
BLOG: Toda conquista
também tem seus percalços. Quando o time perdeu a primeira semifinal para o
Maria Zélia, o Lê disse que vocês estavam sem foco. Isso realmente aconteceu? O
time achou que passaria fácil para a final?
Vinícius Ramalho: Não acho que
foi falta de foco, mas no jogo contra o Palmeiras, que fechou a primeira fase,
e contra o Maria Zélia, na primeira partida da semifinal, realmente o time não
estava com a pegada que nos credenciou à classificação. Nunca achamos que
passaríamos fácil por ninguém, até porque, para o Meninos tudo sempre foi muito
difícil. A gente sempre entrou sabendo que encararíamos “dinossauros” doFutmesa
como Palmeiras, Corinthians, Círculo Militar e Maria Zélia, não tinha como ser
fácil contra esses clube tão vencedores e tradicionais.
BLOG: No último
Brasileiro por Equipes, vocês vinham em uma campanha espetacular, foram os
primeiros a se classificar para as semifinais, mas o time acabou perdendo, não
só a primeira colocação do grupo na última rodada, como também caiu nas
semifinais justamente para o Corinthians. O que aconteceu com a equipe? Houve
desentendimento entre botonistas?
Vinícius Ramalho: É engraçada
essa história de desentendimento entre jogadores. Perdemos porque nosso
rendimento caiu nos últimos dois jogos da nossa campanha e porque do outro lado
tinham dois grandes adversários. Não sei de onde surgiu esse boato de briga,
discussão, ou qualquer outra coisa. Aliás, até sei, mas isso nçao vem ao caso
agora. O desentendimento foi tão grande que depois de perdermos para a
Friburguense, fomos para a cada do Denis (Constantino) e ficamos em um
churrasco até quase duas da manhã.
BLOG: E como foi
essa semana que antecedeu a final? Afinal, vocês iriam enfrentar novamente quem
acabava de eliminá-los do Brasileiro por Equipes.
Vinícius Ramalho: Foi de muita
conversa entre os jogadores. A gente precisava ter na cabeça que um jogo de
seis jogadores era diferente de um jogo com quatro e, que um campeonato de um
ano inteiro era diferente de um disputado em um final de semana. Apesar da
derrota na semifinal do Brasileiro, a confiança era muito grande. No sábado
(29), todos do time foram treinar e conversaram muito sobre o que iríamos
enfrentar. Mas nunca perdemos a confiança, mesmo após a eliminação no
Brasileiro.
BLOG: Na final
deste domingo, a equipe do Meninos só conseguiu passar a frente no placar na penúltima
rodada. Em algum momento, você temeu pelo pior?
Vinícius Ramalho: É claro que
ficando atrás no placar, fica aquela sensação de será que não vai dar de novo?
Mas a gente falava internamente que nossas melhores rodadas eram sempre a
quinta. E foi na quinta que a gente praticamente venceu o jogo com um 08 a 04.
BLOG: No meio
esportivo a conversa é que sempre é mais difícil se manter no topo do que chegar
nele. Hoje o Meninos está no topo. E agora? O que você projeta?
Vinícius Ramalho: Projeto ainda
mais. Esse jargão de que se manter no topo é o mais difícil faz sentido, mas no
nosso caso, acho que é um time com muita qualidade e que precisava tirar esse “peso”
das costas. Agora acho que a tendência é se estabelecer ainda mais entre os
grandes.
BLOG: O Meninos
perde alguém desse time para 2015 ou mantém a equipe e ainda trará reforços
para a próxima temporada?
Vinícius Ramalho: Não estávamos
trabalhando com isso até hoje. O foco era o título. Pelas conversas que tenho
com os jogadores do nosso elenco, não vamos perder ninguém e já temos um grande
reforço fechado, mas que será anunciado no momento oportuno.
BLOG: Para quem
você dedica esse título?
Vinícius Ramalho: Difícil de dedicar
só para uma pessoa e não quero ser injusto com alguém. Mas, primeiro para meu
pai, que um dia me ensinou a jogar Futebol de Mesa e me mostrou que isso não
era brincadeira de criança. Depois à todos os botonistas que um dia vestiram a
camisa do Meninos, desde os novatos, até os grandes campeões. Ao presidente do
clube, o folclórico Simpson e ao Roberto, que é um fez tudo no Meninos e sempre
acreditou no nosso departamento pelo apoio nos bastidores. Ao Denis (Constantino)
pela luta diária nesses quase treze anos. Ao Faccio, capitão do time, que foi o
cara que mais brigou por tudo isso e que merecia mais do que ninguém esse
título. Ao Lê, nosso craque, que ano passado sofreu muito com a derrota na
final e esse ano jogou muito, coroando sua campanha com 12 pontos na final. Ao
Edu Santos, sempre frio e que com seu jeito se encaixou como uma luva no nosso
grupo, sendo valorizado com o craque que é. Ao Cássio, aquele que eu lia as “Dicas
do Cássio” no site e que veio para nossa equipe para nos ensinar tanto. Ao
Vanno, que foi morar no interior durante um período, esteve desgostoso com o
Futmesa, mas voltou focado esse ano e foi importante demais. Ao Sérgio Ricardo,
nosso baladeiro que entendeu sua importância no final da temporada e foi muito
importante nos jogos decisivos com a sua experiência. Ao Giorgio, craque das
mesas e depois de idas e vindas entendeu que seu lugar era o Meninos,
perseverou até chegar nesse título. Aos botonistas do B, do C, enfim, a todos
que um dia acreditaram nesse sonho e torceram por nós. Esse 30 de novembro de
2014 jamais será esquecido por mim.