quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sérgio Filho rompe o silêncio e fala pela primeira vez sobre a polêmica de Poços de Caldas

A aconchegante cidade mineira de Poços de Caldas foi palco, no dia 13 de setembro, da 4ª edição da Copa Geraldo Decourt de Futebol de Mesa. Organizado pela Sociedade Mineira de Futmesa, a competição reuniu botonistas de diversas localidade, do eixo Minas-São Paulo. Se nas mesas, o título ficou com Antonio Carlos Rodrigues (XV de Agosto – Socorro/SP), tendo como vice-campeão, Cassio (Meninos-SP), fora delas, uma polêmica marcou o torneio.
            Na fase de Quartas de Final, a partida entre Sérgio Filho e Capitelli (que jogava pelo empate), foi decidida depois do jogo encerrado. O problema teria sido um gol, anotado por Sérgio Filho no último lance do jogo, que o classificaria para as semifinais e eliminaria Capitelli. A jogada, classificada como irregular por uma comissão formada por representantes de clubes, dizia respeito a um pedido de reversão por parte de Capitelli, pelo fato de Sérgio Filho ter dado a saída de meio campo, após sofrer um gol, sem que seus botões estivessem colocados devidamente na posição correta. Na ocasião, Sérgio Filho não aceitou a decisão e abandonou a competição.
            O assunto ganhou repercussão nacional através da rede social “Facebook”. Um dos pontos expostos foi que Sérgio Filho, ao saber que teria perdido o jogo, retirou as bolinhas da mesa, o que teria prejudicado o andamento da competição na reta final.
Dez dias após o ocorrido, o BLOG DO VALINI conseguiu, com exclusividade, conversar com Sérgio Filho sobre os acontecimentos. O botonista deu sua versão dos fatos e relatou que a regra está a seu favor.

O LANCE:
Sobre a jogada que ocorreu na partida entre eu e o Capitelli, ela começou em um tiro de meta, quando estava 4 a 4, e eu arrumei meu ataque, e fui arrumar minha defesa, quando havia um botão do meu adversário no meu campo de defesa ao qual indaguei se ele deixaria ali, ele me pediu desculpas, e disse que não retirando o mesmo e recolocando em sua defesa para marca meu ataque. (alerta que dei, que consta como obrigação na regra). Desse tiro de meta fiz meu 5º gol, e comentei com ele: "esse gol me deu a chance de ter o último chute". Ele deu a saída de campo rapidamente foi para a ponta esquerda, chutando a bola no travessão, saindo na lateral esquerda, onde fui para o ataque pela ponta, e chutei na trave, com a bola voltando em minha direção na lateral, sendo que o meu botão colidiu com algumas palhetas, que ele mantinha na linha de fundo, derrubando inclusive uma da mesa, e espalhando as outras. Ele as pegou juntamente com meu botão e colocou tudo junto na linha de fundo, bateu o lateral, fez a jogada novamente pela ponta esquerda, onde já possuía um atacante no bico da área, chutou e fez o gol. Arrumei meu time rápido, pois sabia que tinha mais ou menos 40 segundos, no meu entender, para que desse o último chute, tempo mais que suficiente para isso, e me enganei na arrumação, pois ele havia colocado a súmula na lateral do campo, bem onde fica o nº11, na ponta esquerda, e meus botões são brancos, me confundindo, não notei o botão na linha de fundo ao lado das palhetas, pois o mesmo tem 50 mm quase do mesmo tamanho (pela regra o adversário tem como obrigação de alertar ao oponente quanto aos botões fora de posição ), sendo essa minha falha. Quando dei o primeiro toque na saída, com o central, mesmo antes da bola parar, ele gritou "REVERSÃO" e mostrou imediatamente meu ponta esquerda na linha de fundo, encostado no alambrado ao lado de suas palhetas (isso mostra que ele havia visto o botão fora de lugar antes de minha saída, e a regra diz que ele tem obrigação de me avisar), imediatamente eu disse que não era REVERSÃO, e que poderia recolocar o ponta e dar a saída de novo, ou ele poderia ficar fora de jogo até nova saída, ou tiro de meta. Ele insistiu que era reversão, e já (esbravejando) chamou o Daniel, que disse não ter ideia de como era isso, ficando pensando uns segundos, aí solicitei que prosseguíssemos o lance, e o mesmo autorizou, dei dois toques e ajeitei pedindo para o gol, tocando o relógio em seguida. O meu adversário arrumou o goleiro (e como era após o apito, muitos ficaram observando) e ficou aguardando o chute atrás do gol. Fiz o gol, e comemorei como permitido. Aí começou a discussão, o Capitelli esbravejava que não jogaria mais botão se fosse desclassificado, ameaçando outros posicionamentos contra o resultado da partida. Nesse momento, o Ton (botonista do Noroeste de Bauru) ligou para o Farah, que disse que deveria ser dada nova saída com o botão reposicionado ( uma de minhas disposições), mas já que continuou, valeu o gol. Não satisfeitos foram para a mesa e olharam a regra na internet, não encontrando nada que justificasse a reversão da saída dada (não havendo nenhuma penalidade sobre o botão fora de posição na regra). Mesmo assim, após a consulta ao vice-presidente da 12 Toques da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, após a constatação na regra que não tinha esta penalidade solicitada, arbitrariamente fizeram uma reunião entre um representante de cada clube presente, decidindo por 5 x 2 anular meu sexto gol que dava minha vitória, e que me classificaria, automaticamente classificando o Capitelli, decisão esta sem lastro oficial nenhum, pois existe uma regra que dispõe sobre os deveres, direitos e penalidades possíveis, o que citei, mas me responderam que "aqui em Minas é assim que fazemos, e está decidido". Pelo que me consta, apesar de estar em Minas, aonde é um celeiro de grandes craques, este clube promotor do campeonato está associado a Federação Mineira, e esta a CBFM, e que deveria seguir o que está na regra adotada pelo órgão maior, e não deliberar ao bel prazer, fazendo reuniões para tais decisões, contrariando a regra.

A REGRA:
Vamos analisar, e observar as regras que embasam o relato e conclusões feitas:
Capítulo 1 (Da participação do botonista)
Artigo XIII = Solicitar ao arbitro ou adversário a correção de posicionamento de botões ou goleiro quando a irregularidade for clara.
(regra não empregada pelo adversário, que com toda certeza viu meu botão fora de posição, e imediatamente apos eu tocar na bola na saída e esta nem sequer ter parado gritou REVERSÃO, assim sabedor do mau posicionamento teria de fazer o alerta);
Capítulo X ( Do posicionamento dos botões )
Artigo 27
3º - ....iniciada a arrumação da defesa não mais poderão ser movimentados, nem ser colocados botões no ataque ou tirar-se botões posicionados no ataque para coloca-los na defesa. Se isso acontecer tal botão ou botões deverão ser colocados na pista lateral junto a linha central... (sabedor que esta regra se dirige ao tiro de meta, mas coloquei para que verifiquem que no decorrer da partida alertei meu adversário sobre um botão no ataque e com bom senso permiti que ele o recolocasse na defesa, além de que se trata também de movimentação de botões fora da regra e nem assim é punida com reversão, ou coisa assemelhada);
Artigo 28
12º- para que qualquer botão mal posicionado na arrumação dos botões em caso de reincidência seja retirado para a pista lateral próximo a linha central. Essa retirada é questão de direito indiscutível, e inquestionável. (vejam que a regra é clara, apesar de não ter tido reincidência, é o caso de mal posicionamento, pois posicionamento se retrata em todas partes do campo, e a punição é a colocação do mesmo na lateral junto a linha central, NUNCA REVERSÃO);
REVERSÃO somente é usada no Artigo 29, aonde menciona o posicionamento dos três botões no grande círculo, em caso de saída, ela é muito clara, inclusive quanto a queimar a linha de centro;
Capítulo XXIV (Da Cera)
Artigo 112º - Chama-se “Cera” todo e qualquer artifício ou recurso que um jogador venha efetuar com a intenção de fazer o tempo de jogo passar e consequentemente prejudicar o adversário, a fim de assegurar um resultado favorável a ele ou mesmo a terceiros. " É pratica condenável e deverá sempre ser punida com falta técnica ";
Artigo 113:
VI - provocar qualquer incidente que venha a transtornar o andamento normal do jogo, acarretando perda de tempo;
VIII - conversar durante a partida, seja com o adversário, árbitro ou pessoa alheias a mesa de jogo (e foi isso que aconteceu. Meu adversário não quis ceder na sua opinião, que era reversão, apesar de toda explicação que dei, e alternativas que apresentei, pois sabia que o tempo estava acabando, e aí ganharia a classificação, fato colaborado no seu imediato grito de reversão, e de ter se lançado mão de solicitar a terceira opinião. Isso sim é querer ganhar a qualquer custo).

SOBRE AS BOLINHAS:
Sobre o ocorrido com as bolinhas devo começar citando a negociação que ocorreu há mais ou menos dois meses, entre o Daniel e o Antonio, sendo pedido que nós trocássemos 12 bolinhas das 20 que havia adquirido conosco, pois as mesmas estavam em desacordo com o padrão de tamanho e esfericidade, o que nos estranhou muito, fato este que prontamente solicitamos que nos enviasse as mesmas para avaliação, porque é nossa proposta que, em constatando os problemas citados, trocaríamos as referidas bolinhas, e mesmo não recebendo as bolinhas pelo tempo de postagem, ele insistiu que mandássemos pois havia necessidade de utilização por não ter mais bolinhas em estado adequado. Atendendo este pedido, fizemos o envio de bolinhas brancas com carimbo azul, fora do design usado pelo mesmo, mas com sua aprovação. Logo após este fato ou no mesmo tempo, o que não vem ao caso, houve um pedido de cessão de bolinhas para a 4ª edição da Copa Geraldo Decourt, igualmente feito por nós na edição no ano passado. O Antonio explicou da nossa impossibilidade de fazê-lo. Perante a insistência do Daniel foi proposto pelo Antonio aproveitar o ensejo de nossa necessidade de teste de uma inovação no processo de fabricação que visa maior durabilidade com menos desgaste, sem mudança das características da MF-200, o que foi acordado que levaríamos as bolinhas e as IRÍAMOS TRAZER DE VOLTA para posterior análise laboratorial. Mediante isso, o Antonio, além de notificá-lo de sua impossibilidade de ir, indagou se haveria possibilidade de ajuda para amenizar nossos custos de participação, resultando isso na isenção da taxa de inscrição, e pagamento do almoço pelo Daniel, (sendo este último custeio não efetuado). Portanto, nunca houve troca de bolinhas por inscrição, pois a disparidade de valores, 25,00 (inscrição), para 120,00 (bolinhas) por si só já diz, não teria nexo, pois, além de sermos convidados, a solicitação veio a nós (absurdo esta colocação). Os fatos descritos justificam que sabia que o Daniel teria 12 bolinhas novas para colocá-las em lugar das de teste que, pelo já pactuado, levaríamos para análise, inclusive que sabia que elas estavam lá, ao contrario que alguns estão afirmando que não sabia, pois o Daniel propôs a mim a troca das bolinhas de teste brancas com carimbos vermelhos e diferentes, pelas brancas com carimbo azul que ele tinha lá e estavam novas, sem qualquer uso. Avisei que não poderia, pois estas deveriam voltar comigo. Portanto, quando retirei as bolinhas, não havia nenhuma intensão de prejudicar o andamento do campeonato, apenas fiquei extremamente contrariado, e triste com o ocorrido, e não havendo mais clima para confraternização e churrasco, decidi ir para casa, Sem provocar tumulto falei assim "sendo assim, vou arrumar minhas coisas e pegar as bolinhas. Coloque as de vocês (azuis), pois vou embora". Fui para a arquibancada quieto, arrumei minhas malas, e me despedi de todos, com educação, pedindo inclusive desculpas, e me retirei.

ESCLARECIMENTO:
Gostaria de salientar que tenho 50 anos, dos quais 43 são de Futebol de Mesa e garanto que pode haver alguém que ame o Futmesa como eu, mas não mais e que sou sócio fundador da Federação Paulista de Futebol de Mesa nº 10, e na década de 80, fui um dos diretores técnicos responsáveis pelas 12 propostas de mudança na regra, que era apelidada de “Leva Leva”, das quais oito foram aprovadas para que chegássemos onde estamos hoje. Portanto sou muito exigente quando se trata do assunto e sabedor das responsabilidades que assumo.

Um comentário:

PM disse...

É sempre bom ouvir os dois lados...se alguém mentiu ? Ninguém é 100% anjo ou tambpouco 100% capeta...

Abraços !

Paulinho Meira