A aconchegante cidade mineira de Poços de Caldas
foi palco, no dia 13 de setembro, da 4ª edição da Copa Geraldo Decourt de
Futebol de Mesa. Organizado pela Sociedade Mineira de Futmesa, a competição
reuniu botonistas de diversas localidade, do eixo Minas-São Paulo. Se nas
mesas, o título ficou com Antonio Carlos Rodrigues (XV de Agosto – Socorro/SP),
tendo como vice-campeão, Cassio (Meninos-SP), fora delas, uma polêmica marcou o
torneio.
Na
fase de Quartas de Final, a partida entre Sérgio Filho e Capitelli (que jogava
pelo empate), foi decidida depois do jogo encerrado. O problema teria sido um
gol, anotado por Sérgio Filho no último lance do jogo, que o classificaria para
as semifinais e eliminaria Capitelli. A jogada, classificada como irregular por
uma comissão formada por representantes de clubes, dizia respeito a um pedido
de reversão por parte de Capitelli, pelo fato de Sérgio Filho ter dado a saída
de meio campo, após sofrer um gol, sem que seus botões estivessem colocados
devidamente na posição correta. Na ocasião, Sérgio Filho não aceitou a decisão
e abandonou a competição.
O
assunto ganhou repercussão nacional através da rede social “Facebook”. Um dos
pontos expostos foi que Sérgio Filho, ao saber que teria perdido o jogo,
retirou as bolinhas da mesa, o que teria prejudicado o andamento da competição
na reta final.
Dez dias após
o ocorrido, o BLOG DO VALINI conseguiu, com exclusividade, conversar com Sérgio
Filho sobre os acontecimentos. O botonista deu sua versão dos fatos e relatou
que a regra está a seu favor.
O LANCE:
Sobre a jogada
que ocorreu na partida entre eu e o Capitelli, ela começou em
um tiro de meta, quando estava 4 a 4, e eu arrumei meu ataque, e fui arrumar
minha defesa, quando havia um botão do meu adversário no meu campo de defesa ao
qual indaguei se ele deixaria ali, ele me pediu desculpas, e disse que não
retirando o mesmo e recolocando em sua defesa para marca meu ataque. (alerta
que dei, que consta como obrigação na regra). Desse tiro de meta fiz meu 5º
gol, e comentei com ele: "esse gol me deu a chance de ter o último chute".
Ele deu a saída de campo rapidamente foi para a ponta esquerda, chutando a bola
no travessão, saindo na lateral esquerda, onde fui para o ataque pela ponta, e chutei
na trave, com a bola voltando em minha direção na lateral, sendo que o meu botão
colidiu com algumas palhetas, que ele mantinha na linha de fundo, derrubando
inclusive uma da mesa, e espalhando as outras. Ele as pegou juntamente com meu
botão e colocou tudo junto na linha de fundo, bateu o lateral, fez a jogada
novamente pela ponta esquerda, onde já possuía um atacante no bico da área,
chutou e fez o gol. Arrumei meu time rápido, pois sabia que tinha mais ou menos
40 segundos, no meu entender, para que desse o último chute, tempo mais que
suficiente para isso, e me enganei na arrumação, pois ele havia colocado a súmula
na lateral do campo, bem onde fica o nº11, na ponta esquerda, e meus botões são
brancos, me confundindo, não notei o botão na linha de fundo ao lado das
palhetas, pois o mesmo tem 50 mm quase do mesmo tamanho (pela regra o
adversário tem como obrigação de alertar ao oponente quanto aos botões fora de
posição ), sendo essa minha falha. Quando dei o primeiro toque na saída, com o
central, mesmo antes da bola parar, ele gritou "REVERSÃO" e mostrou
imediatamente meu ponta esquerda na linha de fundo, encostado no alambrado ao
lado de suas palhetas (isso mostra que ele havia visto o botão fora de lugar
antes de minha saída, e a regra diz que ele tem obrigação de me avisar),
imediatamente eu disse que não era REVERSÃO, e que poderia recolocar o ponta e
dar a saída de novo, ou ele poderia ficar fora de jogo até nova saída, ou tiro
de meta. Ele insistiu que era reversão, e já (esbravejando) chamou o Daniel,
que disse não ter ideia de como era isso, ficando pensando uns segundos, aí
solicitei que prosseguíssemos o lance, e o mesmo autorizou, dei dois toques e
ajeitei pedindo para o gol, tocando o relógio em seguida. O meu adversário
arrumou o goleiro (e como era após o apito, muitos ficaram observando) e ficou
aguardando o chute atrás do gol. Fiz o gol, e comemorei como permitido. Aí
começou a discussão, o Capitelli esbravejava que não jogaria mais botão se
fosse desclassificado, ameaçando outros posicionamentos contra o resultado da
partida. Nesse momento, o Ton (botonista do Noroeste de Bauru) ligou
para o Farah, que disse que deveria ser dada nova saída com o botão
reposicionado ( uma de minhas disposições), mas já que continuou, valeu o gol. Não
satisfeitos foram para a mesa e olharam a regra na internet, não encontrando
nada que justificasse a reversão da saída dada (não havendo nenhuma penalidade
sobre o botão fora de posição na regra). Mesmo assim, após a consulta ao vice-presidente
da 12 Toques da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, após a constatação
na regra que não tinha esta penalidade solicitada, arbitrariamente fizeram uma
reunião entre um representante de cada clube presente, decidindo por 5 x 2
anular meu sexto gol que dava minha vitória, e que me classificaria,
automaticamente classificando o Capitelli, decisão esta sem lastro oficial
nenhum, pois existe uma regra que dispõe sobre os deveres, direitos e
penalidades possíveis, o que citei, mas me responderam que "aqui em Minas
é assim que fazemos, e está decidido". Pelo que me consta, apesar de estar
em Minas, aonde é um celeiro de grandes craques, este clube promotor do
campeonato está associado a Federação Mineira, e esta a CBFM, e que deveria seguir
o que está na regra adotada pelo órgão maior, e não deliberar ao bel prazer,
fazendo reuniões para tais decisões, contrariando a regra.
A REGRA:
Vamos
analisar, e observar as regras que embasam o relato e conclusões feitas:
Capítulo 1 (Da participação do botonista)
Artigo XIII = Solicitar ao arbitro ou adversário a
correção de posicionamento de botões ou goleiro quando a irregularidade for
clara.
(regra não empregada pelo adversário, que com toda
certeza viu meu botão fora de posição, e imediatamente apos eu tocar na bola na
saída e esta nem sequer ter parado gritou REVERSÃO, assim sabedor do mau
posicionamento teria de fazer o alerta);
Capítulo X ( Do posicionamento dos botões )
Artigo 27
3º - ....iniciada a arrumação da defesa não mais
poderão ser movimentados, nem ser colocados botões no ataque ou tirar-se botões
posicionados no ataque para coloca-los na defesa. Se isso acontecer tal botão
ou botões deverão ser colocados na pista lateral junto a linha central... (sabedor
que esta regra se dirige ao tiro de meta, mas coloquei para que verifiquem que
no decorrer da partida alertei meu adversário sobre um botão no ataque e com
bom senso permiti que ele o recolocasse na defesa, além de que se trata também
de movimentação de botões fora da regra e nem assim é punida
com reversão, ou coisa assemelhada);
Artigo 28
12º- para que qualquer botão mal posicionado na
arrumação dos botões em caso de reincidência seja retirado para a pista lateral
próximo a linha central. Essa retirada é questão de direito indiscutível, e inquestionável. (vejam que a regra é clara, apesar de não
ter tido reincidência, é o caso de mal posicionamento, pois posicionamento se
retrata em todas partes do campo, e a punição é a colocação do mesmo na lateral
junto a linha central, NUNCA REVERSÃO);
REVERSÃO somente é usada no Artigo 29,
aonde menciona o posicionamento dos três botões no grande círculo, em caso de
saída, ela é muito clara, inclusive quanto a queimar a linha de centro;
Capítulo XXIV (Da Cera)
Artigo 112º - Chama-se “Cera” todo e qualquer
artifício ou recurso que um jogador venha efetuar com a intenção de fazer o
tempo de jogo passar e consequentemente prejudicar o adversário, a fim de
assegurar um resultado favorável a ele ou mesmo a terceiros. " É pratica
condenável e deverá sempre ser punida com falta técnica ";
Artigo 113:
VI - provocar qualquer incidente que venha a
transtornar o andamento normal do jogo, acarretando perda de tempo;
VIII - conversar durante a partida, seja com o
adversário, árbitro ou pessoa alheias a mesa de jogo (e foi isso que aconteceu.
Meu adversário não quis ceder na sua opinião, que era reversão, apesar de toda
explicação que dei, e alternativas que apresentei, pois sabia que o tempo
estava acabando, e aí ganharia a classificação, fato colaborado no seu imediato
grito de reversão, e de ter se lançado mão de solicitar a terceira opinião. Isso
sim é querer ganhar a qualquer custo).
SOBRE AS BOLINHAS:
Sobre o
ocorrido com as bolinhas devo começar citando a negociação que ocorreu há mais
ou menos dois meses, entre o Daniel e o Antonio, sendo pedido
que nós trocássemos 12 bolinhas das 20 que havia adquirido conosco, pois as
mesmas estavam em desacordo com o padrão de tamanho e esfericidade, o que nos
estranhou muito, fato este que prontamente solicitamos que nos enviasse as
mesmas para avaliação, porque é nossa proposta que, em constatando os problemas
citados, trocaríamos as referidas bolinhas, e mesmo não recebendo as bolinhas
pelo tempo de postagem, ele insistiu que mandássemos pois havia necessidade de
utilização por não ter mais bolinhas em estado adequado. Atendendo este pedido,
fizemos o envio de bolinhas brancas com carimbo azul, fora do design usado pelo
mesmo, mas com sua aprovação. Logo após este fato ou no mesmo tempo, o que não
vem ao caso, houve um pedido de cessão de bolinhas para a 4ª edição da Copa
Geraldo Decourt, igualmente feito por nós na edição no ano passado. O Antonio explicou da nossa impossibilidade de fazê-lo. Perante
a insistência do Daniel foi proposto pelo Antonio aproveitar o
ensejo de nossa necessidade de teste de uma inovação no processo de fabricação
que visa maior durabilidade com menos desgaste, sem
mudança das características da MF-200, o que foi acordado que
levaríamos as bolinhas e as IRÍAMOS TRAZER DE VOLTA para
posterior análise laboratorial. Mediante isso, o Antonio, além de notificá-lo de sua impossibilidade de ir,
indagou se haveria possibilidade de ajuda para amenizar nossos custos de participação, resultando isso na isenção da taxa de
inscrição, e pagamento do almoço pelo Daniel, (sendo este último custeio não
efetuado). Portanto, nunca houve troca de bolinhas por inscrição, pois a
disparidade de valores, 25,00 (inscrição), para 120,00 (bolinhas) por si só já
diz, não teria nexo, pois, além de sermos convidados, a solicitação veio a nós
(absurdo esta colocação). Os fatos descritos justificam que sabia que o Daniel
teria 12 bolinhas novas para colocá-las em lugar das de teste que, pelo já pactuado,
levaríamos para análise, inclusive que sabia que elas estavam lá, ao contrario
que alguns estão afirmando que não sabia, pois o Daniel propôs a mim a troca
das bolinhas de teste brancas com carimbos vermelhos e diferentes, pelas
brancas com carimbo azul que ele tinha lá e estavam novas, sem qualquer uso. Avisei
que não poderia, pois estas deveriam voltar comigo. Portanto, quando retirei as
bolinhas, não havia nenhuma intensão de prejudicar o andamento do campeonato,
apenas fiquei extremamente contrariado, e triste com o ocorrido, e não havendo
mais clima para confraternização e churrasco, decidi ir para casa, Sem
provocar tumulto falei assim "sendo assim, vou arrumar minhas coisas e
pegar as bolinhas. Coloque as de vocês (azuis), pois vou embora". Fui para
a arquibancada quieto, arrumei minhas malas, e me despedi de
todos, com educação, pedindo inclusive desculpas, e me retirei.
ESCLARECIMENTO:
Gostaria de salientar
que tenho 50 anos, dos quais 43 são de Futebol de Mesa e garanto que pode haver
alguém que ame o Futmesa como eu, mas não mais e que sou sócio fundador da
Federação Paulista de Futebol de Mesa nº 10, e na década de 80, fui um dos
diretores técnicos responsáveis pelas 12 propostas de mudança na regra, que era
apelidada de “Leva Leva”, das quais oito foram aprovadas para que chegássemos onde
estamos hoje. Portanto sou muito exigente quando se trata do assunto e sabedor
das responsabilidades que assumo.
Um comentário:
É sempre bom ouvir os dois lados...se alguém mentiu ? Ninguém é 100% anjo ou tambpouco 100% capeta...
Abraços !
Paulinho Meira
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