O ano de
2012 está chegando ao fim. E sem dúvida alguma foi uma temporada muito
importante e produtiva para o Futebol de Mesa, que viveu no mês de junho, no
Rio de Janeiro, o auge do esporte, com a realização do II Campeonato Mundial da
modalidade. Botonistas de diversas partes do Mundo se reuniram em Copacabana
para quatro dias de intensas disputas e, no final, um campeão: Rogério
Nascimento! O atleta paranaense saiu do qualifying, superou todos os
obstáculos, venceu nomes consagrados do Futmesa nacional e se consolidou como
“o Dono do Mundo”. Na última postagem do ano, o BLOG DO VALINI presta uma
homenagem a esse grande botonista, que conta como foi essa conquista, a
importância do título, a repercussão, e claro, sua passagem pelo Futebol de
Mesa paulista.
BLOG: Passados seis
meses do Mundial do Rio de Janeiro, a “ficha” caiu? Qual a sensação de ser
Campeão do Mundo e o que esse título representa?
Rogério: Bom, a ficha do Mundial caiu cedo. Assim que
coloquei o troféu na prateleira, tive certeza que era real. Pra falar a
verdade, a sensação não foi muito diferente de ter vencido o Brasileiro, pois
esse Mundial tinha muito mais brasileiros que estrangeiros e os gringos ainda
estão engatinhando na nossa regra. Mas pra mim representou muito, pois até o
momento só tem dois campeões mundiais e o ineditismo do campeonato, o torna um
torneio especial.
BLOG: A forma de
disputa do Mundial, inclusive com uma seletiva brasileira, foi mais difícil do
que jogar um Brasileiro?
Rogério: A fórmula do Mundial acabou se assemelhando em
muito ao Brasileiro, apenas se diferenciando no último dia, sendo que ao invés
de um quadrangular, acabou sendo um hexagonal. A dificuldade também foi
parecida, pois como disse, a grande maioria dos jogadores era brasileiro.
BLOG: Qual foi a
partida mais difícil que você teve no Mundial?
Rogério: Geralmente as partidas do mata-mata são as mais
difíceis, pela tensão da possibilidade de eliminação. Mas nas três partidas eu
estava tranquilo, jogando sem pressão, o que me ajudou a fazer bons jogos. Mas o
momento mais difícil, nessas três partidas, foi com certeza no intervalo da
final, em que o placar estava 0
a 0 e eu não estava contente com meu desempenho.
BLOG: Em algum
momento chegou a achar que não seria possível conquistar o título?
Rogério: Para esse campeonato, eu fui preparado para qual
resultado viesse, pois não vinha treinando. Portanto, acho que desde o início
achava improvável eu ganhar esse título. Mas com o passar dos jogos e com um
bom desempenho no último dia, comecei a achar que daria pra ganhar.
BLOG: E quando foi
que teve certeza que seria campeão?
Rogério: Depois da semifinal que eliminei o Robertinho com
um placar elevado (9x6), tive 99% de certeza que seria campeão. Mas a certeza
mesmo só veio na saída de bola do segundo tempo da final, onde anotei o gol e
ali eu sabia que não erraria mais e seria o campeão.
BLOG: O que passou
pela sua cabeça, quando terminou o primeiro tempo da final com o Lucas e o jogo
estava 0 a
0, com todos ali no ginásio assistindo ao confronto?
Rogério: Primeiro não fiquei contente com meu desempenho,
pois errei alguns chutes. Mas precisamente nesse momento, só pensei em melhorar
meu desempenho pra vencer a partida. Então, procurei me concentrar mais pra
acertar minhas jogadas. Só pensei no torneio e nos espectadores apenas no apito
final do jogo.
BLOG: Qual a
repercussão que o título trouxe pra ti?
Rogério: A maior repercussão foi com os amigos e familiares,
com todos me parabenizando e isso sempre é muito legal. Mas depois de um tempo
e outros campeonatos, o título fica na história e você só pensa em jogar bem e
ter bons resultados nos próximos torneios.
BLOG: Durante o
último Campeonato Brasileiro, você acredita que se tornou “o botonista” a ser
batido?
Rogério: De forma alguma. Acho que todos os grandes campeões
(Quinho, Robertinho, Jeferson, Mauro, Diney, etc...) sempre serão os caras a
serem batidos. Eu sou apenas mais um nesse grupo.
BLOG: Qual avaliação
que você faz do último Brasileiro, realizado em Curitiba? Desde a estrutura até
o nível técnico.
Rogério: Começando pela estrutura, tudo que era possível
fazer, foi feito, com mesas, cavaletes e traves novas. Toda a estrutura do
Clube Curitibano foi disponibilizada para o evento, como o salão para o jantar
de confraternização e outros detalhes que só a organização consegue perceber.
Foi feito uma parceria interessante com a Coca Cola, que pode servir de exemplo
para futuros torneios. Infelizmente tivemos muitas reclamações com as bolas o
que diminui um pouco o nível técnico dos botonistas. Outro ponto percebido foi
a ausência de grandes jogadores, principalmente de Rio e São Paulo, que também
contribui para a diminuição do nível técnico. Esses dois pontos devem ser
investigados e trabalhados para, quem sabe um dia, tenhamos os torneios de
forma perfeita.
BLOG: Pelo quarto ano
consecutivo tivemos um campeão do Paraná. Existe uma explicação pelo fato dos
botonistas paranaenses conquistarem tantos torneios individuais e não
conseguirem títulos por equipes? Lembrando que dos seis Brasileiros por
Equipes, apenas um foi conquistado pelo Estado (IVN em 2011).
Rogério: O grande motivo para não termos sucesso no
campeonato de equipes é a tradição. Por muito tempo não tínhamos torneios
interclubes, o que começou efetivamente há pouco tempo. Outro detalhe é o
número de botonistas, que limita o número de clubes e impede que sejam criados
rivalidades positivas, como é no Rio e em São Paulo, resultando na dedicação
dos botonistas apenas nos torneios individuais, que faz com que tenhamos muitos
campeões no individual, até pela escola paranaense, que é um Futmesa mais
técnico. Felizmente estamos mudando essa trajetória e esperamos que os
resultados apareçam logo, como foi com o IVN em 2011, principalmente por que
temos bons jogadores e estamos ganhando experiência nos torneios interclubes.
BLOG: Como você
avalia sua passagem pelo Corinthians? Ainda pensa em jogar por algum clube
paulista no futuro?
Rogério: Minha passagem pelo Corinthians foi fantástica!
Apesar de todo meu empenho, de viajar duas vezes ao mês para São Paulo pra
jogar o interclubes e os Abertos, todo o esforço foi recompensado com a
experiência adquirida e as amizades feitas, o que contribuiu para que eu
tivesse bons resultados no individual (1 título na Ouro e Integração e
terminando o Ranking em 6º lugar) e contribuísse para o título paulista e o
vice brasileiro no interclubes. Tenho muito a agradecer ao Galdeano pelo
convite inicial, ao Tadeu e o Edu por concretizarem a "contratação" e
os demais botonistas do clube, como o Justa, Kléber, Valbono, Leandro, Renan,
Zero, Stan, Tele, Atienza, pela acolhida que tive. Pensando como botonista,
penso as vezes em retornar a jogar em São Paulo, porém, hoje em dia não sou
mais "apenas" botonista e agora tenho que pensar na minha família, o
que no momento inviabiliza totalmente minha ida pra São Paulo. Mas se tivesse a
oportunidade, com certeza voltaria para o Corinthians ou onde meus amigos
estiverem jogando.
O BLOG DO VALINI aproveita a ocasião para desejar a todas as
pessoas que visitam e acompanham nossas postagens um Feliz Ano Novo! Agradecemos
também a todos aqueles que de alguma forma participaram de mais um ano de vida
do blog, seja com comentários, sugestões ou críticas. Nosso muito obrigado e que
2013 seja um ano de muita paz, saúde e felicidades!!!