quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Rogério Nascimento: “O Dono do Mundo”



O ano de 2012 está chegando ao fim. E sem dúvida alguma foi uma temporada muito importante e produtiva para o Futebol de Mesa, que viveu no mês de junho, no Rio de Janeiro, o auge do esporte, com a realização do II Campeonato Mundial da modalidade. Botonistas de diversas partes do Mundo se reuniram em Copacabana para quatro dias de intensas disputas e, no final, um campeão: Rogério Nascimento! O atleta paranaense saiu do qualifying, superou todos os obstáculos, venceu nomes consagrados do Futmesa nacional e se consolidou como “o Dono do Mundo”. Na última postagem do ano, o BLOG DO VALINI presta uma homenagem a esse grande botonista, que conta como foi essa conquista, a importância do título, a repercussão, e claro, sua passagem pelo Futebol de Mesa paulista.

BLOG: Passados seis meses do Mundial do Rio de Janeiro, a “ficha” caiu? Qual a sensação de ser Campeão do Mundo e o que esse título representa?
Rogério: Bom, a ficha do Mundial caiu cedo. Assim que coloquei o troféu na prateleira, tive certeza que era real. Pra falar a verdade, a sensação não foi muito diferente de ter vencido o Brasileiro, pois esse Mundial tinha muito mais brasileiros que estrangeiros e os gringos ainda estão engatinhando na nossa regra. Mas pra mim representou muito, pois até o momento só tem dois campeões mundiais e o ineditismo do campeonato, o torna um torneio especial.

BLOG: A forma de disputa do Mundial, inclusive com uma seletiva brasileira, foi mais difícil do que jogar um Brasileiro?
Rogério: A fórmula do Mundial acabou se assemelhando em muito ao Brasileiro, apenas se diferenciando no último dia, sendo que ao invés de um quadrangular, acabou sendo um hexagonal. A dificuldade também foi parecida, pois como disse, a grande maioria dos jogadores era brasileiro.

BLOG: Qual foi a partida mais difícil que você teve no Mundial?
Rogério: Geralmente as partidas do mata-mata são as mais difíceis, pela tensão da possibilidade de eliminação. Mas nas três partidas eu estava tranquilo, jogando sem pressão, o que me ajudou a fazer bons jogos. Mas o momento mais difícil, nessas três partidas, foi com certeza no intervalo da final, em que o placar estava 0 a 0 e eu não estava contente com meu desempenho.

BLOG: Em algum momento chegou a achar que não seria possível conquistar o título?
Rogério: Para esse campeonato, eu fui preparado para qual resultado viesse, pois não vinha treinando. Portanto, acho que desde o início achava improvável eu ganhar esse título. Mas com o passar dos jogos e com um bom desempenho no último dia, comecei a achar que daria pra ganhar.

BLOG: E quando foi que teve certeza que seria campeão?
Rogério: Depois da semifinal que eliminei o Robertinho com um placar elevado (9x6), tive 99% de certeza que seria campeão. Mas a certeza mesmo só veio na saída de bola do segundo tempo da final, onde anotei o gol e ali eu sabia que não erraria mais e seria o campeão.

BLOG: O que passou pela sua cabeça, quando terminou o primeiro tempo da final com o Lucas e o jogo estava 0 a 0, com todos ali no ginásio assistindo ao confronto?
Rogério: Primeiro não fiquei contente com meu desempenho, pois errei alguns chutes. Mas precisamente nesse momento, só pensei em melhorar meu desempenho pra vencer a partida. Então, procurei me concentrar mais pra acertar minhas jogadas. Só pensei no torneio e nos espectadores apenas no apito final do jogo.

BLOG: Qual a repercussão que o título trouxe pra ti?
Rogério: A maior repercussão foi com os amigos e familiares, com todos me parabenizando e isso sempre é muito legal. Mas depois de um tempo e outros campeonatos, o título fica na história e você só pensa em jogar bem e ter bons resultados nos próximos torneios.

BLOG: Durante o último Campeonato Brasileiro, você acredita que se tornou “o botonista” a ser batido?
Rogério: De forma alguma. Acho que todos os grandes campeões (Quinho, Robertinho, Jeferson, Mauro, Diney, etc...) sempre serão os caras a serem batidos. Eu sou apenas mais um nesse grupo.

BLOG: Qual avaliação que você faz do último Brasileiro, realizado em Curitiba? Desde a estrutura até o nível técnico.
Rogério: Começando pela estrutura, tudo que era possível fazer, foi feito, com mesas, cavaletes e traves novas. Toda a estrutura do Clube Curitibano foi disponibilizada para o evento, como o salão para o jantar de confraternização e outros detalhes que só a organização consegue perceber. Foi feito uma parceria interessante com a Coca Cola, que pode servir de exemplo para futuros torneios. Infelizmente tivemos muitas reclamações com as bolas o que diminui um pouco o nível técnico dos botonistas. Outro ponto percebido foi a ausência de grandes jogadores, principalmente de Rio e São Paulo, que também contribui para a diminuição do nível técnico. Esses dois pontos devem ser investigados e trabalhados para, quem sabe um dia, tenhamos os torneios de forma perfeita.

BLOG: Pelo quarto ano consecutivo tivemos um campeão do Paraná. Existe uma explicação pelo fato dos botonistas paranaenses conquistarem tantos torneios individuais e não conseguirem títulos por equipes? Lembrando que dos seis Brasileiros por Equipes, apenas um foi conquistado pelo Estado (IVN em 2011).
Rogério: O grande motivo para não termos sucesso no campeonato de equipes é a tradição. Por muito tempo não tínhamos torneios interclubes, o que começou efetivamente há pouco tempo. Outro detalhe é o número de botonistas, que limita o número de clubes e impede que sejam criados rivalidades positivas, como é no Rio e em São Paulo, resultando na dedicação dos botonistas apenas nos torneios individuais, que faz com que tenhamos muitos campeões no individual, até pela escola paranaense, que é um Futmesa mais técnico. Felizmente estamos mudando essa trajetória e esperamos que os resultados apareçam logo, como foi com o IVN em 2011, principalmente por que temos bons jogadores e estamos ganhando experiência nos torneios interclubes.

BLOG: Como você avalia sua passagem pelo Corinthians? Ainda pensa em jogar por algum clube paulista no futuro?
Rogério: Minha passagem pelo Corinthians foi fantástica! Apesar de todo meu empenho, de viajar duas vezes ao mês para São Paulo pra jogar o interclubes e os Abertos, todo o esforço foi recompensado com a experiência adquirida e as amizades feitas, o que contribuiu para que eu tivesse bons resultados no individual (1 título na Ouro e Integração e terminando o Ranking em 6º lugar) e contribuísse para o título paulista e o vice brasileiro no interclubes. Tenho muito a agradecer ao Galdeano pelo convite inicial, ao Tadeu e o Edu por concretizarem a "contratação" e os demais botonistas do clube, como o Justa, Kléber, Valbono, Leandro, Renan, Zero, Stan, Tele, Atienza, pela acolhida que tive. Pensando como botonista, penso as vezes em retornar a jogar em São Paulo, porém, hoje em dia não sou mais "apenas" botonista e agora tenho que pensar na minha família, o que no momento inviabiliza totalmente minha ida pra São Paulo. Mas se tivesse a oportunidade, com certeza voltaria para o Corinthians ou onde meus amigos estiverem jogando. 


O BLOG DO VALINI aproveita a ocasião para desejar a todas as pessoas que visitam e acompanham nossas postagens um Feliz Ano Novo! Agradecemos também a todos aqueles que de alguma forma participaram de mais um ano de vida do blog, seja com comentários, sugestões ou críticas. Nosso muito obrigado e que 2013 seja um ano de muita paz, saúde e felicidades!!!
 

Nenhum comentário: