No próximo
sábado (19), a Federação Paulista de Futebol de Mesa (FPFM) realiza a primeira
assembleia de 2013, que irá definir oficialmente o calendário da temporada, bem
como a fórmula de disputa. Há 7 anos no comando da FPFM, José Jorge Farah Neto
(foto) concedeu ao BLOG DO VALINI uma entrevista na qual fala sobre a
expectativa para o ano que se inicia, esclarece polêmicas, cita que as bolinhas
continuarão sendo do mesmo fornecedor, aborda o Futebol de Mesa nacional e
confirma, o melhor do Futmesa do país está em São Paulo. Confira:
BLOG: Presidente, o
que o senhor espera da temporada 2013 do Futmesa paulista?
Farah: Espero que consigamos alterar em alguma coisa as mesmices
que vem acontecendo há muito. Para isto pretendemos regionalizar mais ainda a
disputa por equipes e individualmente, realizando nas mais diversas regiões do
estado nossos campeonatos. Espero que continue imperando o respeito e a amizade,
pois assim poderemos cada vez mais mostrar o esporte para o Mundo. Espero que
as competições sejam sempre dentro das mesas, e que apareçam novos grandes
craques.
BLOG: O que será
debatido na assembleia do próximo sábado? Quando será o Torneio Início? E
quando começa o Campeonato Paulista?
Farah: Na verdade, com a reunião realizada com os clubes em
novembro do ano passado na Federação, iremos complementar e ratificar os
assuntos já discutidos; e como você sabe, a parte técnica do campeonato é
prerrogativa da Federação, porém baseados em fatos, pesquisas e principalmente
ouvindo os clubes, faremos algumas alterações que infelizmente ainda não posso
divulgar, pois serão informadas aos clubes na assembleia. Com relação ao
Torneio Início, conforme o calendário que já se encontra no site da entidade,
será dia 2 de fevereiro na sede Meninos F. C. em São Bernardo do Campo, clube
que receberá todos os eventos da Capital (Open e Super Open) de 2013. O
Paulistão de Clubes, também de acordo com o calendário, terá inicio no dia 16
de fevereiro com a realização da primeira rodada. Infelizmente não podemos
definir tudo ainda, pois os clubes não enviaram as modalidades que disputarão.
BLOG: Em sua opinião,
como dirigente da maior federação do país, São Paulo comporta duas divisões?
Sendo uma de 8 e outra, com prováveis 7 times?
Farah: Comporta sim, em sua pergunta você já praticamente respondeu,
a maior federação do país! Não é fácil gerir os eventos, que o diga nosso
diretor técnico (Vinicius de Simoni), temos eventos demais, se fizermos tudo
junto complica demais, não existem datas suficientes e se ficarem todos em uma
só divisão, teremos a mesma reclamação - meu clube nunca terá chance de ganhar
um titulo, isto além de outros agravantes. E com as duas divisões distintas,
equilibramos mais as coisas.
BLOG: O senhor acha
justo uma federação ter três tipos campeonatos de equipes (Série Principal com
6 atletas; Aspirantes e Copa Estado com 5 e Série C com 4 botonistas)? O que
justifica essa diferença?
Farah: Não só acho como acredito que se pudéssemos
deveríamos ter mais divisões ainda, colocando todos para jogar e divulgar o
esporte. As diferenças no número de atletas são devido a alguns clubes ainda
ter um excesso de jogadores, enquanto outros penam para conseguir segurar meia
dúzia de atletas. Não se deve confundir o esporte Futebol de Mesa com o Futebol,
pois o segundo é profissional e tem um lucro imenso, o nosso está procurando
seu espaço e tem ainda que achar o melhor caminho. As diferenças são muitas Veja
na série principal, você terá oito equipes todas com 6 atletas disputando, o
que equilibra mais a disputa. A série Aspirantes perdeu, há muito tempo, sua
função inicial que era de preparar o atleta para jogar na sua equipe principal
em alguns momentos, sendo inclusive utilizada para tentar dar títulos ao seu
clube, o que é um enorme erro. A Copa Estado é na realidade a segunda divisão, onde
os clubes adquirem o direito de ascender a divisão principal e devido as
viagens não pode ter 6 atletas, se não inviabilizaria as mesmas em alguns casos.
Já a Copa FPFM foi criada para abrigar os atletas que não tem chance alguma em
seus clubes e tentam de alguma forma melhorar seu jogo, ou clubes novos que não
tem ainda traquejo na disputa de equipes, portanto ela não comporta mais que 4
atletas por equipe.
BLOG: Ainda sobre essa
questão, é correto uma equipe ter o A e abrir mão do Aspirantes para jogar a
Série C?
Farah: Sim, lógico que é. Se você não tem o número de 5
atletas para competição e tem 4, por que não montar a equipe? Espero que
entendam o seguinte: uma equipe de 6 atletas, necessita para competir durante o
ano todo no mínimo 10 atletas
inscritos; uma equipe de 5, necessita de no mínimo 8 e uma equipe de 4, no mínimo 6. Este deveria ser o raciocínio, equipes médias e
pequenas têm, no máximo, 15 atletas,
e aí, como se faz?
BLOG: A temporada
2012 terminou, mais uma vez, com muitos botonistas reclamando das bolinhas.
Qual o posicionamento da FPFM sobre isso? A bolinha hoje é o principal problema
do esporte?
Farah: Esta será uma reclamação ainda, pois em 2013
jogaremos com o mesmo formato e material de bolas, pois não temos fornecedores
ainda de bolas com novas propostas (elas ainda estão em estudos de
viabilização), mas acredito que com os estudos e preparativos que vem sendo
feito e se estenderá por 2013, em 2014 este problema será solucionado.
BLOG: Neste ano todos
os Opens serão centralizados em um único local. O que motivou essa decisão? O
senhor não acha que um rodízio de clubes seria mais interessante, inclusive
para a divulgação do Futmesa?
Farah: Acho, sem dúvida e desde que assumi sempre procurei
levar os eventos aos mais diversos locais, e lhe garanto que não agradei em
muitos, mas a grande maioria dos botonistas sempre pediu um local onde as mesas
ficassem mais fixas, além do que é um teste para ver se elas deterioram menos
do que levá-las de um lado a outro. Quanto a parte de divulgação, a equipe de
eventos da Federação continua a fazer os eventos extra-oficiais de divulgação,
portanto isto não atrapalha em nada a divulgação, pois em eventos de federados
raramente você tem “torcida” ou novatos assistindo.
BLOG: Como presidente
da CBFM, cargo que o senhor exerceu até o ano passado, como está o Futmesa no
Brasil hoje? O que precisa ser melhorado e o que ainda pode ser feito?
Farah: Precisa-se fazer muito para começar a chegar próximo
do que se faz em São Paulo, já há muito tempo, deixei um legado lá e espero que
este ano seja um grande impulso. A entidade, que até agora não recebia nada
(falo de valores financeiros), a partir de 2013 receberá uma pequena verba das
federações, quem sabe assim o impulso seja dado. Tenho fé que com a divulgação
do esporte na Europa as coisas cresçam.
BLOG:
Particularmente, em que estado se pratica o melhor Futebol de Mesa atualmente?
Farah: Falando em 12 toques, continua sendo no Estado de São
Paulo, sem bairrismos, pois todos os outros têm no máximo 100 praticantes e nós
temos mais de 300 desde 2007, quando entrei na entidade. Já tivemos muito mais,
porém de 2007 a
2012 a
nossa média anual é de 310 atletas participando. Os grandes nomes pararam, mas
temos um bom número de novos grandes atletas. Os paulistas não têm entrado
muito em disputas nacionais, digo isto na quantidade e qualidade que sempre entrou
o que muda muito o resultado de brasileiros. Nossos campeonatos são dificílimos,
nunca se sabe quem vencerá; o ranking teve uma alternação fantástica em 2012,
isto quer dizer equilíbrio.
BLOG: Qual a mensagem
que o senhor deixa para os botonistas neste início de temporada?
Farah: Ajudem a divulgar o esporte, abram as portas de seus
clubes, tenham paciência em ensinar, convidem seus amigos, o Futebol de Mesa
precisa de você botonista que ama este esporte, a Federação apenas tenta gerir
o mesmo, mas os clubes e você botonista, em especial, é o grande suporte para
que nós possamos crescer e quem sabe um dia estar disseminado por todos os
continentes. Obrigado pela oportunidade e um Feliz 2013 com muito Futebol de Mesa
a todos.
Um comentário:
Parabéns, Farah. Sensacional entrevista.
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