terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Presidente da Federação Paulista fala sobre a temporada 2013 do Futmesa



No próximo sábado (19), a Federação Paulista de Futebol de Mesa (FPFM) realiza a primeira assembleia de 2013, que irá definir oficialmente o calendário da temporada, bem como a fórmula de disputa. Há 7 anos no comando da FPFM, José Jorge Farah Neto (foto) concedeu ao BLOG DO VALINI uma entrevista na qual fala sobre a expectativa para o ano que se inicia, esclarece polêmicas, cita que as bolinhas continuarão sendo do mesmo fornecedor, aborda o Futebol de Mesa nacional e confirma, o melhor do Futmesa do país está em São Paulo. Confira:

BLOG: Presidente, o que o senhor espera da temporada 2013 do Futmesa paulista?
Farah: Espero que consigamos alterar em alguma coisa as mesmices que vem acontecendo há muito. Para isto pretendemos regionalizar mais ainda a disputa por equipes e individualmente, realizando nas mais diversas regiões do estado nossos campeonatos. Espero que continue imperando o respeito e a amizade, pois assim poderemos cada vez mais mostrar o esporte para o Mundo. Espero que as competições sejam sempre dentro das mesas, e que apareçam novos grandes craques.

BLOG: O que será debatido na assembleia do próximo sábado? Quando será o Torneio Início? E quando começa o Campeonato Paulista?
Farah: Na verdade, com a reunião realizada com os clubes em novembro do ano passado na Federação, iremos complementar e ratificar os assuntos já discutidos; e como você sabe, a parte técnica do campeonato é prerrogativa da Federação, porém baseados em fatos, pesquisas e principalmente ouvindo os clubes, faremos algumas alterações que infelizmente ainda não posso divulgar, pois serão informadas aos clubes na assembleia. Com relação ao Torneio Início, conforme o calendário que já se encontra no site da entidade, será dia 2 de fevereiro na sede Meninos F. C. em São Bernardo do Campo, clube que receberá todos os eventos da Capital (Open e Super Open) de 2013. O Paulistão de Clubes, também de acordo com o calendário, terá inicio no dia 16 de fevereiro com a realização da primeira rodada. Infelizmente não podemos definir tudo ainda, pois os clubes não enviaram as modalidades que disputarão.

BLOG: Em sua opinião, como dirigente da maior federação do país, São Paulo comporta duas divisões? Sendo uma de 8 e outra, com prováveis 7 times?
Farah: Comporta sim, em sua pergunta você já praticamente respondeu, a maior federação do país! Não é fácil gerir os eventos, que o diga nosso diretor técnico (Vinicius de Simoni), temos eventos demais, se fizermos tudo junto complica demais, não existem datas suficientes e se ficarem todos em uma só divisão, teremos a mesma reclamação - meu clube nunca terá chance de ganhar um titulo, isto além de outros agravantes. E com as duas divisões distintas, equilibramos mais as coisas.

BLOG: O senhor acha justo uma federação ter três tipos campeonatos de equipes (Série Principal com 6 atletas; Aspirantes e Copa Estado com 5 e Série C com 4 botonistas)? O que justifica essa diferença?
Farah: Não só acho como acredito que se pudéssemos deveríamos ter mais divisões ainda, colocando todos para jogar e divulgar o esporte. As diferenças no número de atletas são devido a alguns clubes ainda ter um excesso de jogadores, enquanto outros penam para conseguir segurar meia dúzia de atletas. Não se deve confundir o esporte Futebol de Mesa com o Futebol, pois o segundo é profissional e tem um lucro imenso, o nosso está procurando seu espaço e tem ainda que achar o melhor caminho. As diferenças são muitas Veja na série principal, você terá oito equipes todas com 6 atletas disputando, o que equilibra mais a disputa. A série Aspirantes perdeu, há muito tempo, sua função inicial que era de preparar o atleta para jogar na sua equipe principal em alguns momentos, sendo inclusive utilizada para tentar dar títulos ao seu clube, o que é um enorme erro. A Copa Estado é na realidade a segunda divisão, onde os clubes adquirem o direito de ascender a divisão principal e devido as viagens não pode ter 6 atletas, se não inviabilizaria as mesmas em alguns casos. Já a Copa FPFM foi criada para abrigar os atletas que não tem chance alguma em seus clubes e tentam de alguma forma melhorar seu jogo, ou clubes novos que não tem ainda traquejo na disputa de equipes, portanto ela não comporta mais que 4 atletas por equipe.

BLOG: Ainda sobre essa questão, é correto uma equipe ter o A e abrir mão do Aspirantes para jogar a Série C?
Farah: Sim, lógico que é. Se você não tem o número de 5 atletas para competição e tem 4, por que não montar a equipe? Espero que entendam o seguinte: uma equipe de 6 atletas, necessita para competir durante o ano todo no mínimo 10 atletas inscritos; uma equipe de 5, necessita de no mínimo 8 e uma equipe de 4, no mínimo 6. Este deveria ser o raciocínio, equipes médias e pequenas têm, no máximo, 15 atletas, e aí, como se faz?

BLOG: A temporada 2012 terminou, mais uma vez, com muitos botonistas reclamando das bolinhas. Qual o posicionamento da FPFM sobre isso? A bolinha hoje é o principal problema do esporte?
Farah: Esta será uma reclamação ainda, pois em 2013 jogaremos com o mesmo formato e material de bolas, pois não temos fornecedores ainda de bolas com novas propostas (elas ainda estão em estudos de viabilização), mas acredito que com os estudos e preparativos que vem sendo feito e se estenderá por 2013, em 2014 este problema será solucionado.

BLOG: Neste ano todos os Opens serão centralizados em um único local. O que motivou essa decisão? O senhor não acha que um rodízio de clubes seria mais interessante, inclusive para a divulgação do Futmesa?
Farah: Acho, sem dúvida e desde que assumi sempre procurei levar os eventos aos mais diversos locais, e lhe garanto que não agradei em muitos, mas a grande maioria dos botonistas sempre pediu um local onde as mesas ficassem mais fixas, além do que é um teste para ver se elas deterioram menos do que levá-las de um lado a outro. Quanto a parte de divulgação, a equipe de eventos da Federação continua a fazer os eventos extra-oficiais de divulgação, portanto isto não atrapalha em nada a divulgação, pois em eventos de federados raramente você tem “torcida” ou novatos assistindo.

BLOG: Como presidente da CBFM, cargo que o senhor exerceu até o ano passado, como está o Futmesa no Brasil hoje? O que precisa ser melhorado e o que ainda pode ser feito?
Farah: Precisa-se fazer muito para começar a chegar próximo do que se faz em São Paulo, já há muito tempo, deixei um legado lá e espero que este ano seja um grande impulso. A entidade, que até agora não recebia nada (falo de valores financeiros), a partir de 2013 receberá uma pequena verba das federações, quem sabe assim o impulso seja dado. Tenho fé que com a divulgação do esporte na Europa as coisas cresçam.

BLOG: Particularmente, em que estado se pratica o melhor Futebol de Mesa atualmente?
Farah: Falando em 12 toques, continua sendo no Estado de São Paulo, sem bairrismos, pois todos os outros têm no máximo 100 praticantes e nós temos mais de 300 desde 2007, quando entrei na entidade. Já tivemos muito mais, porém de 2007 a 2012 a nossa média anual é de 310 atletas participando. Os grandes nomes pararam, mas temos um bom número de novos grandes atletas. Os paulistas não têm entrado muito em disputas nacionais, digo isto na quantidade e qualidade que sempre entrou o que muda muito o resultado de brasileiros. Nossos campeonatos são dificílimos, nunca se sabe quem vencerá; o ranking teve uma alternação fantástica em 2012, isto quer dizer equilíbrio.

BLOG: Qual a mensagem que o senhor deixa para os botonistas neste início de temporada?
Farah: Ajudem a divulgar o esporte, abram as portas de seus clubes, tenham paciência em ensinar, convidem seus amigos, o Futebol de Mesa precisa de você botonista que ama este esporte, a Federação apenas tenta gerir o mesmo, mas os clubes e você botonista, em especial, é o grande suporte para que nós possamos crescer e quem sabe um dia estar disseminado por todos os continentes. Obrigado pela oportunidade e um Feliz 2013 com muito Futebol de Mesa a todos.

Um comentário:

Fábio Borges disse...

Parabéns, Farah. Sensacional entrevista.