quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Barthez desabafa: “Acho lamentável ainda aceitarmos nas mesas pessoas como essas”



No dia 8 de dezembro aconteceu o último torneio do ano de Futebol de Mesa promovido pela Federação Paulista: O Campeonato Paulista Individual. O grande campeão foi o botonista Alex Bahr, do Santos. Mas o que chamou a atenção foi a confusão que ocorreu na Série Cobre, disputada no Nacional. Na penúltima rodada, Fabio Bolla (Palmeiras) e Barthez (Maria Zélia) se enfrentaram, brigando pelas primeiras posições, porém, logo no primeiro lance da partida, uma desavença entre os botonistas quase termina em briga. O caso, inclusive, já foi levado ao TJD, que irá analisar e, se for o caso, punir os atletas.
            Nesta quarta-feira (19), o BLOG DO VALINI conversou com o botonista do Maria Zélia sobre o ocorrido. Barthez (foto), disse que o problema começou com “brincadeiras”, que Bolla cometeu uma irregularidade na mesa antes da confusão. Falou também que não foi agredido e que sua atitude foi um basta a nove anos de catimba. Leia a entrevista completa.

BLOG: O que de fato aconteceu entre você e o Fabio Bolla no jogo do Paulista Individual?
Barthez: O início mesmo foram as brincadeiras que normalmente acontecem nos torneios em que estão junto Francisco Jr e Fabio Bolla. Entre as brincadeiras, algumas foram leves e outras pesadas e entre elas, algumas catimbadas comuns nesses torneios. Na 14ª rodada, eu e Bolla jogaríamos e na tabela eu estava em 2º lugar, à frente do Bolla por três pontos. Então as brincadeiras recomeçaram em outro tom, mais agressivo. Francisco Jr. incitava o Bolla a chamar arbitragem contra mim. Só que o Bolla causou uma situação, não posicionando corretamente o botão central do ataque em sua posição, e sim mais pra esquerda. Eu pedi ao Bolla que "por favor, posicionasse o botão em sua posição de origem". Ele mudou o tom de voz e pediu arbitragem. Eu dei dois toques e ele pediu pra parar o jogo pra que viesse um árbitro. O Rinaldo apareceu pra apitar. Ao chegar o Rinaldo, pedi autorização pra continuar a jogada e fui até o sétimo toque, quando pedi a gol. Saí da mesa, respirei, recebi autorização e voltei pro chute fazendo o gol. Ao fazer o gol, puxando meu time, eu comemorei falando baixo: "Chupa, Bolla!". Quando eu voltava pra traz do gol, ele correu pra me agredir e como eu não vi, ele tentou me chutar e errou. Quando me virei, vi o Jorge Boquinha, Bruno Vasko e Francisco Jr. segurando ele. Aí eu me assustei e corri pra fora da sala. No que eu corri ele tentou um soco que passou no vazio.

BLOG: Que tipo de “brincadeiras” foram essas que você citou?
Barthez: Coisas do tipo: "Contra o Barthez tem que rolar uma arbitragem por que ele é polemico". E coisas do tipo que não fazem sentido.

BLOG: Em algum momento você foi agredido?
Barthez: Quando eu apareci de novo, na porta da sala, tinha uma roda de gente com o Bolla no meio me ameaçando com estas palavras:"Se você entrar aqui de novo você não sai vivo! É bom você abandonar o torneio!". Não fui agredido porque ele errou os golpes, senão teria sido. A tentativa foi efetuada.

BLOG: E qual foi a atitude do juiz da partida? O jogo continuou?
Barthez: Continuou com todos da sala olhando o jogo nas folgas dos seus toques e a mesma arbitragem disponível. Houve o “report” do Rinaldo, refeito duas vezes, uma por parte do Bolla e outra por minha parte, devidamente assinado.

BLOG: Quanto estava o jogo quando isso aconteceu?
Barthez: Foi no primeiro ataque e eu tinha acabado de fazer 1 a 0.

BLOG: E o resto da partida, não teve mais nenhuma confusão?
Barthez: Não. A coisa parou por aí! Eu percebi que era má intenção pra tirar os três pontos de mim na catimba. Não caí e respondi. E o resultado final foi 3 a 2 pra mim.

BLOG: Quando acabou o jogo, vocês se cumprimentaram?
Barthez: Não houve reação tanto minha quanto a dele. Foi cada um pro seu lado.

BLOG: Você se arrepende do que fez?
Barthez: Do que eu disse sim (Chupa Bolla!), eu me arrependo. Da comemoração não, acho que precisava acontecer, pois era um basta a nove anos de catimbas contra alguém que não fez nada a ele nesse sentido. Pena que eu respondi errado. Deveria sim ter comemorado o gol, mas de outra maneira.

BLOG: Quando vai ser o julgamento pelo TJD?
Barthez: Não sabemos ainda, porque o TJD apenas pediu as defesas e eu apresentei parcialmente a minha faltando alguns documentos.

BLOG: Que documentos são esses?
Barthez: Não posso dizer.

BLOG: Você teme ser punido?
Barthez: Não. Até acho que deve acontecer porque eu errei. Mas, acho que ninguém pode ser julgado por meio do que está sendo dito. Existe muita manipulação de informação. Parcialidade.

BLOG: Manipulação e parcialidade por parte de quem?
Barthez: Acho que as “consciências” dos que escreveram vão responder essa pergunta. Eu te contei a verdade dos fatos, qualquer coisa que disserem de diferente é manipulação. mesmo porque mentir é contra meus princípios. E digo mais, fica feio um jogador de seleção mentir sobre um fato de jogo. Ainda mais que esse jogador apitou em uma copa do mundo.

BLOG: Você está magoado com tudo isso?
Barthez: Não estou magoado e não tenho direito como cristão em estar. Só acho lamentável ainda aceitarmos nas mesas pessoas como essas.

BLOG: Mais uma vez te pergunto, realmente não houve agressão?
Barthez: Não encostou a mão, mas houve a tentativa.

BLOG: Você continua no Maria Zélia em 2013? Se precisar jogar contra o Bolla novamente, você joga?
Barthez: Nunca vou deixar uma partida contra ninguém, por mais difícil que seja jogar contra essas pessoas. Com certeza fico no Maria, mesmo porque tenho um trabalho a realizar em outras regras e que o Mura e os patrocinadores do clube confiam.

PS – O BLOG DO VALINI também tentou falar com o botonista Fabio Bolla nesta quarta-feira, mas o mesmo não foi localizado. Sendo assim, fica o espaço aberto, caso o atleta do Palmeiras queira se manifestar.

Um comentário:

Paulinho Meira disse...

Até quem enfim, alguém ouviu a outra parte...

Parabéns Valini

Abraços !!

Paulinho Meira